Máscara incomoda, mas população é favorável ao uso obrigatório durante pandemia
Item será obrigatório na Capital, a partir de segunda-feira
Atrapalha a conversa e dificulta até respirar, mas o uso obrigatório de máscaras durante a pandemia do novo coronavírus é aprovado pela população de Campo Grande. Anunciada pelo prefeito Marquinhos Trad, na manhã desta quinta-feira, a medida ainda não foi detalhada oficialmente, porém, dá tempo para o campo-grandense se preparar durante o final de semana, já que é na segunda-feira que o item passa a ser indispensável em algumas situações.
O decreto vai estabelecer o uso obrigatório no transporte coletivo, dentro de carros de aplicativos, além de centros comerciais populares como o Camelódromo e Mercadão, supermercados ou qualquer outro prédio de acesso público.
Nas ruas da região central da Capital, tem quem já fez do uso da máscara rotina. No caso da entregadora, Lidiane de Souza, 31 anos, o próprio contato com o cliente exige o cuidado, bem como a impossibilidade de ficar isolada durante boa parte do dia. “Não é fácil. Eu mesmo coloco quando subo na moto e, as vezes, fico sem ar mesmo. Incomoda. Mas não tem jeito. Tem que usar”, afirmou.
Segundo ela, a situação de pandemia exige prevenção de todas as formas possíveis. “Tem que se conscientizar. Muita gente não esta usando nem álcool em gel. Um ou outro que usa máscara. As pessoas acham que é brincadeira. Tive uma cliente que disse não acreditar, mesmo eu dizendo que conheço alguém que teve os sintomas e ficou internado”, relatou.
Mesmo diante das circunstâncias de risco de contaminação, a entregadora disse que se sente estranha em alguns lugares ao utilizar o item. “Parece que você é um bicho. Todo mundo te olha, mas mesmo assim, não deixo de usar”, garantiu.
Matheus Victor Silva Vieira, 25 anos, admite o desconforto ao utilizar o item. “Eu chato ruim, porque você perde o volume da voz e ouvir alguém é muito difícil. Quando está quente incomoda. Mas acho que tem que usar”, explicou.
Empresário do ramo do vestuário, ele afirma fazer uso de máscara desde que houve as primeiras recomendações do Ministério da Saúde para se prevenir do novo coronavírus. Para quem atende em loja, qualquer cuidado é pouco. É uma questão de segurança. O vírus é um inimigo invisível. A gente tem que combater e todo tipo de precaução é bem-vinda. As pessoas deveriam ter bom senso”, alertou.
A partir da próxima semana, não haverá desculpa para os desavisados. Bárbara Marquez, 19 anos, e Ana Paula Gomes, 21 anos, circulavam no centro sem máscara, na tarde de hoje, no entanto, se mostravam favoráveis a medida de prevenção.
“Não estava sabendo do decreto, mas é ótimo. O uso é essencial. Não estou com a minha hoje, porque sai correndo para fazer um exame, mas uso muito, principalmente, no trabalho porque tenho contato com outras pessoas”, justificou a açougueira.
Ana Paula alertou para o fato de que somente o uso de máscara não é suficiente para prevenir. “É preciso que as pessoas tenham atenção para outros cuidados, como uso de álcool em gel”, explicou.
Motorista de aplicativo, Rafael Fernando, 33 anos, terá a rotina diretamente afetada pela nova medida. Ele não costuma utilizar o item para circular com os passageiros, pois, acha ineficaz como prevenção, sendo o uso de máscara necessário apenas para quem tem os sintomas da doença. Np entanto, passara a fazer uso com a regra. “É cuidado de cada um. Não uso, mas regra é regra e tem que seguir”.
Uso por pessoas sem sintomas – Conforme a última orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado no começo de abril, divulgou na noite desta segunda-feira (6), o uso de máscaras cirúrgicas e respiradores, como N95, devem ser priorizadas para profissionais de saúde.
O guia da entidade também ressalta que pode haver vantagens e desvantagens no uso da máscara por pessoas sem sintomas. Entre os riscos potenciais estão a auto-contaminação, que pode ocorrer quando a pessoa toca e reutiliza uma máscara contaminada; possíveis dificuldades respiratórias; falsa sensação de segurança, levando a potencialmente menos adesão a outras medidas preventivas, como distanciamento físico e higiene das mãos; entre outros.
Uma das possíveis vantagens apontadas é a redução do risco potencial de transmissão de uma pessoa que foi infectada e está no período pré-sintomático (antes do aparecimento de sintomas como tosse seca e febre).