Mau exemplo a vizinhos, pátio de secretaria é paraíso para mosquito
Mau exemplo. É assim que os vizinhos da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), definem o descaso com o prédio onde funciona a sede do órgão, na Avenida Gury Marques, em Campo Grande.
Enquanto a cidade vive uma epidemia de dengue – além de casos registrados de zika vírus e chikungunya – a Secretaria que deveria cuidar da limpeza na Capital, deixa a desejar. Moradores o bairro onde está a Seintrha – Jardim Monumento – afirmam que possíveis criadouros do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti, são constantes no local.
A área da sede compreende uma quadra inteira. Na Rua Emigdio de Campos Widal, que fica atrás da Avenida Gury Marques, a diarista Iolanda Foss Mantovani, 63 anos, diz ter cansado de reclamar. “Já liguei, fui lá dentro do prédio e pedi para limparem. Os moradores se uniram e fizeram abaixo-assinado. Mas nada resolve. Pedem para cuidar do nosso quintal por causa da dengue, mas o deles está desse jeito, cheio de mosquito”.
Ela mora no local há 38 anos, bem antes do local abrigar a Seintrha. “Eu vi essa sujeira toda crescer aí. É resto de ponte, de obra, de tudo quanto é coisa. Agora tem os carros velhos. E também dá pra ver copos, garrafas, marmitex. Vive cheio de sujeira. Quando chove fica cheio de água parada, dá pra ver de longe”, disse Iolanda.
O terreno da Secretaria esta tomado por todo tipo de coisas, além das diversas carcaças de veículos, é possível ver materiais de construção – canos, ferro, tubos e até algo semelhante a uma caixa d'água. Tudo abandonado e sem uso. A área não é fechada, apenas uma alambrado divide a calçada do pátio interno, e por isso é possível confirmar a reclamação de Iolanda e outros vizinhos.
O atendente Ronaldo Pereira, 19 anos, mora e trabalha há 3 anos ao lado da área, na Avenida Guaicurus. Ele diz que os mosquitos estão sempre presentes no dia a dia do bairro, e acredita que a infestação seja por conta da sujeira e o ambiente favorável para proliferação encontrado lá.
“Mosquito tem, aqui é cheio, e só pode vir dali, porque tem mato e lugar com água parada. Eu mesmo peguei zika em dezembro. Minha esposa, dois vizinhos e meus patrões também ficaram doentes”, afirmou Pereira.
O aposentado Carlos Garcia, 66 anos, trabalhou no prédio alvo das reclamações entre 1975 até agosto do ano passado. “É muito entulho e sujeira que foi se acumulando ao longo dos anos. Para a Prefeitura cobrar, ela tem que dar o exemplo e não está dando”, disse.
Alguns trabalhadores até foram vistos hoje (3) no local, porém faziam apenas o corte de grama em algumas partes do terreno. A reportagem procurou o titular da Seintrha, Amilton Cândido de Oliveira, que não recebeu a equipe para explicar a situação.
Em Campo Grande, no último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau (no dia 29 de janeiro) foram registradas 4.518 notificações de dengue, com 275 casos confirmados e duas mortes por conta da doença. Já o zika vírus tem 458 casos notificados este ano, com seis confirmações da doença. Também foram notificados 62 casos chikungunya este ano na Capital.
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