Terrenos e praças do Aero Rancho estão tomados por lixo e entulho
Áreas públicas, como praças, campo de futebol desativado e terrenos, no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, estão tomadas por lixo e entulho. Moradores afirmam que o problema começou em novembro de 2015, após a Prefeitura divulgar mutirão de limpeza na região.
Porém, até agora o recolhimento dos materiais não foi feito. O temor de moradores é que o lixo possa servir como criadouro do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.
O problema se concentra em dois setores (IV e VII) vizinhos do HR (Hospital Regional). A reportagem do Campo Grande News esteve nos locais e confirmou o abandono de quatro áreas.
Na Rua Cleuza Helena, a praça conhecida como Setor IV, esta tomada por entulho. Ana Carolina Nieczaj, 21 anos, mora ao lado da praça e reclama da situação. “É lixo pra todo lado. Temos muito medo por causa da dengue. Usamos repelente caseiro e também o da farmácia, mas nada resolve para espantar os mosquitos”, disse.
A vizinha dela, Regina Mendonça, 57 anos, vive no loca há mais de 20 anos e explica que o lixo foi colocado no local pelos moradores. “Foi feito um mutirão para limpar a pracinha. Ai fomos avisados pela Prefeitura de que o caminhão iria passar para recolher tudo e isso já tem uns dois meses, até agora nada”.
No campo de futebol desativado, na Avenida Generoso Albuquerque – que divide o setor IV e o VII – a passagem do caminhão que iria recolher lixo e entulho também foi confirmada pelo comerciante Fúvio Ramos, 40 anos. Ele tem uma lanchonete no local e soube da promessa de que os vários montes de entulho seriam retirados da área. “Quando o caminhão vai passar todo mundo fica sabendo e as pessoas começam a jogar as coisas fora. Mas não foi feito o recolhimento e agora está tudo aqui pra ajudar na proliferação do mosquito da dengue”.
Ramos afirma que ele próprio recolhe os materiais que podem servir de criadouros e já chegou até a atear fogo nos materiais. “Eu tiro quase todo dia, latinhas, copos. Mas o povo continua jogando. Eu sei que não é o mais correto colocar fogo, mas é melhor do que deixar a sujeira toda aí”, disse.
No cruzamento das ruas Moacir de Melo Mendes e Maria das Dores Soares o problema é em dobro. Isso porque um mesmo terreno público foi dividido em dois com o prologamento da segunda via. “O local era para ser uma praça. Depois que abriu a rua (Maria das Dores Soares) ficou de um lado a área com grama e os sacos de lixo da limpeza feita pela Prefeitura e do outro os moradores jogaram tudo quanto é material, com a promessa de que o caminhão iria passar recolhendo”, explicou o morador Roni Nascimento, 47 anos.
Em todos os locais a reportagem encontrou além de galhos de árvores e sacos de lixo com mato, vários materiais que podem acumular água e consequentemente servir de criadouro do Aedes. No entulho é possível encontrar sofás, colchões, restos de armários, e outras coisas diversas como lonas e sacos plásticos.
No último local visitado pelo Campo Grande News, uma surpresa, o borracheiro José Aparecido de Matos, 57 anos, mostrou seu bom exemplo mantendo a limpeza do local de trabalho. “Todos os dias eu limpo, tiro a água dos pneus e cuido. Minha filha foi agente de saúde, eu sei que tem que cuidar”.
Ele também mora no local e reclama da área em frente ao comércio dele. “Mandaram juntar tudo e colocar no terreno que iriam recolher e não foi feito. Eu não sei mais para quem reclamar. Este problema sempre existiu aqui no bairro, mas agora esta muito pior, são vários pontos com lixo e entulho em todas as ruas”, disse Matos.
A Prefeitura foi procurada, mas até o fechamento desta reportagem não respondeu os questionamentos – o motivo do recolhimento do entulho não ter sido realizado e quando a limpeza será feita no Aero Rancho.
Em Campo Grande, no último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau (no dia 29 de janeiro) foram registradas 4.518 notificações de dengue, com 275 casos confirmados e duas mortes por conta da doença. Já o zika vírus tem 458 casos notificados este ano, com seis confirmações da doença. Também foram notificados 62 casos chikungunya este ano na Capital.
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