Para combater Aedes, campanha quer 320 mil alunos "fiscais" em MS
Os 320 mil estudantes da rede estadual de ensino serão "fiscais" e vão propagar informações sobre o combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya em Mato Grosso do Sul. Esta é a intenção de uma campanha da SED (Secretaria de Estado de Educação) lançada na manhã desta segunda-feira (1).
“Cada aluno vai se tornar um fiscal da sua comunidade no combate à dengue”, afirmou o secretário adjunto de Educação, Josimário Derbli, durante a solenidade de lançamento da campanha “Vamos apagar o mosquito”, que aconteceu esta manhã na SED, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
O último levantamento do índice de infestação predial – divulgado na sexta-feira (29) –, revelou que na Capital, 86,2% dos criadouros do Aedes são encontrados nos domicílios.
Por isso, a ação lançada hoje será desenvolvida em todos os prédios da SED. Na primeira etapa, os 400 servidores que atuam na sede da Secretaria vão participar da limpeza e fiscalização do prédio. Foram formados grupos para limpeza e todos os dias será feito o acompanhamento do pátio e das dependências do local, para impedir o acúmulo de água e a proliferação do mosquito.
Também será feita a fiscalização do servidor voluntário, que já atua no prédio da SED e tem com função vistoriar o trabalho realizado pelos grupos e alertar caso haja algum problema. Todas as informações colhidas serão encaminhadas para a Sala de Situação montada pelo Governo do Estado para monitorar a situação em todos os municípios.
A segunda etapa da ação terá início no dia 22 de fevereiro, quando os professores da rede estadual retornam ao trabalho. A semana anterior ao início das aulas – previsto para o dia 29 – será de capacitação. Os educadores vão participar de palestras com profissionais da saúde, para orientar e tirar dúvidas sobre as doenças transmitidas pelo Aedes e as formas de prevenção.
A principal preocupação é para que os professores e diretores tenham o conhecimento necessário para transmitir informações corretas ao estudantes. “As palestras são pra que todos saibam como a dengue deve ser abordada nas escolas, para que não sejam passadas informações erradas ou teorias fantasiosas, muitas ainda não comprovadas” , explicou o secretário adjunto.
A terceira e última etapa do projeto começa com o início das aulas nas escolas estaduais. A partir daí cada unidade vai desenvolver as atividades pedagógicas (mutirão, trabalhos, peças de teatro) necessárias para que os alunos aprendam sobre as doenças. Os estudantes também vão cuidar do ambiente escolar, para impedir a proliferação do Aedes.
Números – Mato Grosso do Sul registrou, nas três primeiras semanas deste ano, 8.269 casos de suspeita de dengue, as chamadas notificações, o que significa 359,5 a cada dia. Somente entre os dias 17 e 23 deste mês foram 2.133, de acordo com dados divulgados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), no dia 27 de janeiro.
Entre o boletim epidemiológico anterior, divulgado há uma semana, e o atual, houve um total de 3.571 notificações, aumento de 76%. O número maior do que o referente apenas ao terceiro levantamento ocorre, segundo a SES, porque parte dos números do período anterior chegam mesmo após o fechamento dos dados referentes a ele.
Campo Grande é a cidade com maior número de notificações, 4.518, com 275 casos confirmados de dengue. Além de 458 notificações de zika vírus e 62 de chikungunya. Em segundo lugar, vem a cidade de Ponta Porã, com 324 casos de suspeita da doença e, em terceiro lugar, Dourados, com 323.
As confirmações de óbitos por causa da doença continuam sendo as mesmas do último boletim, ou seja, uma criança de 8 anos, que morreu no dia 12 deste mês na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida ao dar entrada com dengue clássica e depois sofrer uma parada cardíaca, e a adolescente Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16 anos, que morreu um dia depois no Hospital Regional Rosa Pedrossian.