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Capital

Mega operação dá 24 horas para 101 famílias deixarem residencial invadido

Juliana Brum | 24/09/2015 12:46
Famílias foram notificadas nesta manhã com o prazo de 24h para desocuparem as casas.
Famílias foram notificadas nesta manhã com o prazo de 24h para desocuparem as casas.

A Defensoria Pública do Estado em conjunto com a Emha (Empresa Municipal de Habitação), Ageab (Agência de Habitação Popular de mato Grosso do Sul), e Comissão de Moradia notificaram na manhã desta quinta-feira (24), as famílias que invadiram 101 casas no Residencial Celina Jallad, no Bairro Portal Caiobá, do programa Minha Casa, Minha Vida. Elas terão 24 horas para que desocupem as casas.

Segundo a defensora pública Valdirene Gaitani Faria, 47 anos, a ação de hoje é para avisar as famílias de forma pacífica para que já se organizem para saírem das casas invadidas. Amanhã haverá o apoio de três caminhões para ajudar na mudança das famílias que saírem de forma organizada, contou a defensora.

"Foram entregues 759 casas no dia 2 de setembro e destas 101 casas foram invadidas por pessoas que muitas vezes já estão inscritas no programa, mas ainda não foram sorteados e sem ter onde morar. A partir de amanhã (25) a desocupação será feita judicialmente." explicou Valdirene.

A defensora explicou que hoje estão fazendo as notificações de forma pacífica ( Foto - Pedro Peralta)
A defensora explicou que hoje estão fazendo as notificações de forma pacífica ( Foto - Pedro Peralta)

Lidiane dos Santos, 20 anos, está desempregada e recebeu a notificação da Defensoria Pública para sair em 24h do local. Ela alega que não tem para onde sair e que foi a proprietária da casa na rua Alfredo Gaspar, 780 que cedeu a casa para ela ficar e agora ela está sendo despejada junto com os demais "ocupantes".

"Não tenho nada documentado que ela me cedeu a casa e agora não tenho para onde ir. Tenho um filho de dois anos e minha única renda é os R$ 132 reais que recebo da bolsa família" justificou a invasora.

Lidiane afirma que não sabe para onde irá com o bebê de 2 anos e mostra a notificação (Foto - Pedro Peralta)
Lidiane afirma que não sabe para onde irá com o bebê de 2 anos e mostra a notificação (Foto - Pedro Peralta)
A Guarda Municipal estava fazendo o apoio ( Foto - Pedro Peralta)
A Guarda Municipal estava fazendo o apoio ( Foto - Pedro Peralta)

Moradora que preside a comissão dos moradores desabafou dizendo que não foram atendidos pela Emha, como prometido pelo prefeito Alcides Bernal (PP) feita no dia da entrega das chaves.

"O prefeito Alcides Bernal esteve no dia da entrega das chaves e, durante uma reunião com os invasores, falou que quem já tivesse inscrito e já estava com a mudança dentro da casa poderia ficar, porque já havia acabado o prazo para os sorteados se mudarem. Por esta razão, muitas famílias, acreditando nele, permaneceram nas casas. E agora estamos sendo surpreendidos com a notificação" contou Conceição Cordeiro Gonzales, 45 anos.

Segundo o diretor presidente da Emha, Dirceu Peters, o prefeito não compactua com nada errado e que não prometeu nada durante a entrega das chaves, ocorrida no dia 2 de setembro.

"O Bernal não compactua com coisa errada e não existe nenhuma possibilidade das famílias permanecerem nestas casas que não são delas. Estamos investigando junto com a Caixa Econômica se as casas que estão sendo ocupadas indevidamente. Praticamente 50% dos invasores têm casas e haviam dito que sairiam pacificamente. A Emha legalmente não tem nada a ver com a reintegração de posse. Estamos participando de forma social. invadiu vai ter que sair, senão acaba o sistema habitacional do brasil", ressaltou Dirceu Peters.

A ação contou com o apoio da Força Nacional, Policia militar, Policia Federal e Guarda Municipal.

Viaturas da Guarda Nacional estavam fazendo uma ronda durante o trabalho dos oficiais (Foto - Pedro Peralta)
Viaturas da Guarda Nacional estavam fazendo uma ronda durante o trabalho dos oficiais (Foto - Pedro Peralta)
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