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Capital

Família conta luta para prefeitura pagar CTI particular a paciente

Aline dos Santos | 26/05/2011 14:34
Família recorreu à justiça para que Ana Maria conseguisse vaga no CTI. (Foto: Arquivo Pessoal)
Família recorreu à justiça para que Ana Maria conseguisse vaga no CTI. (Foto: Arquivo Pessoal)

A família da técnica de enfermagem Ana Maria de Paula da

Silva, de 30 anos, enfrentou angústia e sofrimento para conseguir que a paciente fosse transferida da sala de emergência da Santa Casa de Campo Grande para um hospital particular que lhe oferecesse um CTI (Centro de Terapia Intensiva) e, por tabela, chances de sobreviver.

Irmã da paciente, Ingrid Laura de Paula e Silva, de 24 anos, conta que na tarde do ultimo dia 18 encontrou a irmã na sala de emergência do maior hospital público do Estado.

A realidade a impressionou. “Tinha umas vinte pessoas numa sala pequena. Os enfermeiros usavam respirador manual. Toda hora morria gente”, relata. Ana Maria passou mal pela manhã, com parada respiratória e convulsão. Ela estava no primeiro dia de trabalho e foi socorrida por colegas, que acionaram o Samu.

No hospital, a família só conseguiu falar com o médico no fim do dia. Neste período, a paciente fez apenas um exame. “O médico disse que minha irmã sofreu traumatismo craniano. Mas argumentei que ela não tinha sofrido queda. Então, ele disse que poderia ser epilepsia”, relata Ingrid.

Depois, outro duro golpe. A irmã entraria na fila com outros 17 pacientes que esperam por uma vaga no CTI do hospital. “Meu marido é advogado e entrou na justiça para que a prefeitura pagasse uma internação na rede pública”, explica.

A mãe, diz que "só chora", por conta do drama da filha.
A mãe, diz que "só chora", por conta do drama da filha.

Luta - A liminar foi obtida na manhã do dia 19, mas a paciente só foi transferida para o Hospital do Pênfigo na noite de sexta-feira. Ingrid conta que ligava para os hospitais e verificava a existência de vagas. Já a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informava que não conseguia achar leito para internar a paciente.

A família pagou uma taxa de R$ 200 e levou um oficial de cartório até o hospital, que documentou que o Hospital do Pênfigo tinha três vagas para internação no CTI. Somente então a transferência foi feita.

“A parte mais difícil foi a resistência das pessoas em cumprir a determinação da justiça. Cada hora colocavam uma dificuldade, mesmo com a liminar nas mãos”, conta o advogado Sílvio de Almeida Silva. Somente a estadia na CTI custa R$ 4 mil por dia.

Ana Maria está sedada e passa por bateria de exames para descobrir o problema de saúde. Ela não está mais entubada e apresenta quadro de infecção pulmonar.

Ingrid lembra que a família tinha conhecimento sobre as leis e o caminho correto para acionar a justiça. “A impressão que dá é que é que as pessoas acham que a Santa Casa está fazendo um favor”.

A Santa Casa está com 12 leitos de CTI (Centro de Tratamento Intensivo) desativados por conta da falta de planejamento da direção do hospital na reforma do centro cirúrgico cardíaco e CTI 3.

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