Morador fica feliz com anúncio, mas cobra urgência em pavimentação
Orçado em R$ 117 milhões, os recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinados à pavimentação e qualificação de vias vão contemplar 12 bairros de Campo Grande. Após décadas de espera, moradores estão otimistas, mas cobram emergência na implementação das obras.
Ao todo devem ser pavimentados 400 quilômetros de vias, sendo 80 deles de recapeamento, mas alguns bairros, como o Nova Lima, serão finalizados em 2016, porque será preciso construir uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), que ainda aguarda licença da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo).
“Vai demorar muito, eu acho que deveria ser mais rápido”, comentou a dona de casa Luciléia dos Santos Rodrigues, 36 anos. Ela disse que sente vergonha das ruas do Jardim Seminário, por que o bairro fica próximo a uma universidade. “Já reclamaram, mas não resolveu nada”.
A dona de casa revelou que muitas vezes não pode receber visitas em sua residência, por conta de um buraco que fica em frente à sua casa. “Não consigo trazer visitas para minha casa”, reconheceu.
Até quem anda de bicicleta se prejudica pela falta de asfalto, como o aposentado Raimundo Angelo Ferreira, 49. “É perigoso. Eu tenho que descer da bicicleta para poder passar pela rua, pois tenho medo de cair”, disse.
De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Semy Ferraz, o cronograma que será executado em três anos envolve a pavimentação, drenagem, recapeamento e calçadas nos 12 complexos da Capital. As licitações já estão em andamento e o início das obras está previsto para junho.
No Bairro Nova Campo Grande, de acordo com a assessoria da Prefeitura, será feito um grande projeto de drenagem, que prevê o término de alagamentos, abrangendo também os bairros Serradinho e Carioca. No local serão investidos R$ 77,9 milhões, incluindo o valor de recapeamento.
“Aqui está precário. Daqui a pouco ao invés de comprar um carro, vou precisar de um barco”, brincou a aposentada Sueli de Jesus Boa Ventura, 52. Ela cobrou uma medida urgente para o bairro, pois os moradores ficam ilhados quando chove.
Ela destacou o crescimento do bairro, mas afirmou que ele não tem estrutura para comportar os novos moradores. “Há muitas casas sendo construídas aqui na região, por isso eu acho que deve colocar este asfalto logo”, disse Sueli.
O aposentado Dorly Loureiro, 80, não acreditou nos prazos dados pela prefeitura e foi pessimista em relação a finalização das obras. “Eu espero que até 2020 isso termine. Não garantiram, mas prometeram”.
Muitos moradores do bairro ficaram felizes em saber sobre o asfalto, mas se decepcionaram com os prazos estipulados. “Acho péssimo, esse é um dos bairros mais atrasados. Nem água encanada tem para algumas pessoas”, observou o pedreiro Nelson Ribas Gonçalves, 53.
“Um dia este asfalto vai ter que sair, não sei se estarei aqui para ver isso, mas um dia sai”, finalizou o aposentado.