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Capital

Moradores contabilizam prejuízos após prefeitura acabar com barracos

Reunidos no local na manhã desta quinta-feira (8), os moradores contaram que tinham cerca de 28 moradias

Por Viviane Oliveira e Antônio Bispo | 08/08/2024 12:01
Wanelle conta que teve prejuízo de R$ 500 com a destruição de seu barraco (Foto: Henrique Kawaminami) 
Wanelle conta que teve prejuízo de R$ 500 com a destruição de seu barraco (Foto: Henrique Kawaminami)

Cerca de 50 famílias da ocupação onde funcionou a extinta Homex, localizada na região do Bairro Centro-Oeste, na Rua Mairinque, que tiveram seus barracos destruídos, na noite de ontem, contabilizam os prejuízos.

Reunidos no local na manhã desta quinta-feira (8), os moradores contaram que tinham cerca de 28 moradias. “Muita gente investiu em materiais de construção que acabaram destruídos pela retroescavadeira utilizada pela equipe da prefeitura com apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

A diarista Wanelle Fernandes Alves, de 26 anos, teve prejuízo de R$ 500 em materiais de construção. A dona de casa mora com os dois filhos de 10 e 8 anos. Ela havia alugado uma casa na Homex, mas não conseguiu arcar com as despesas decidiu se juntar aos moradores que construíam novos barracos na área, pertencente à prefeitura. “Ontem, não consegui salvar nada, perdi tudo”, disse.

Pais de 3 filhos, de 3, 4 e 7 anos, Andressa Sanabria de Menezes, de 24 anos, e  Rodrigo Mendes, de 29 anos, tiveram prejuízo de R$ 2 mil em materiais de construção. Eles resolveram construir na área invadida porque estão com dificuldade de arcar com os custos de uma casa alugada no Bairro Moreninhas. Como estão com aviso de despejo, resolveram tentar a sorte e construir na área invadida, investindo tudo o que tinham.

O casal, Andressa e Rodrigo, afirma que não tem para onde ir (Foto: Henrique Kawaminami)
O casal, Andressa e Rodrigo, afirma que não tem para onde ir (Foto: Henrique Kawaminami)

“Perdemos tudo. “Nós vamos voltar,não temos outro rumo. Não estamos aqui porque queremos. A gente está aqui porque precisa”, disse Rodrigo. Se seu tivesse condições estaria em outro lugar, eu não queria estar passando por essa humilhação, mas não tem outro jeito, vamos ter que tentar, acrescentou”, Andressa.

A dona de casa Maria Azevedo também contabiliza prejuízo de R$ 600 que a filha gestante teve com a derrubada do barraco dela. “Ela tem um salário de 800 e paga R$ 500 de aluguel.

Eu estou aqui para tentar alguma coisa para a minha filha. Vou lutar até o fim, quero que ela tenha uma vida mais digna. Esse terreno aqui vive cheio de lixo e mato, pelo menos a gente está dando um destino para ele. A gente não quer toda a área, só queremos esse pedaço que vai ajudar todas as famílias”, lamentou.

Segundo os moradores, no mesmo terreno há uma casa que não foi derrubada pela prefeitura. “O imóvel tem ligação de água e luz autorizada pela prefeitura e já foi regularizada. Se aquela casa pode ficar ali porque não libera para todo mundo?”, questionaram. Os materiais de construção dos barracos derrubados foram jogados em uma vala feita no próprio terreno.

Moradores na área desocupada ontem à noite pela prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradores na área desocupada ontem à noite pela prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

A reportagem entrou em contato com a prefeitura para sabe como vai ficar a situação dos moradores e aguarda retorno.

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