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Capital

Moradores de rua têm chance de achar emprego e casa própria em ação na praça

Prefeitura também está realizando testes rápidos para IST e oferecendo corte de cabelo gratuito

Por Jéssica Fernandes e Antonio Bispo | 30/07/2024 10:53
Ação da prefeitura realizada na Praça Ary Coelho atende moradores de rua. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ação da prefeitura realizada na Praça Ary Coelho atende moradores de rua. (Foto: Henrique Kawaminami)

Encaminhamento para o mercado de trabalho, testes rápidos para IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e outras ações direcionadas às pessoas que vivem em condição de rua tomam conta da Praça Ary Coelho nesta terça-feira (30).

A iniciativa é da Prefeitura de Campo Grande, através da SDHU (Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos de Campo Grande), que também conta com o apoio da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

A expectativa é atender até às 11h de hoje pelo menos 150 homens e mulheres que vivem nas ruas da região central da Capital. Por enquanto, a prefeitura não divulgou qual é o cronograma completo e a periodicidade da iniciativa, porém a intenção é levar a ação para os bairros.

Priscilla Justi explica que expectativa é atender 150 pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Priscilla Justi explica que expectativa é atender 150 pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Subsecretaria Municipal de Defesa dos Direitos Humanos, Priscilla Justi explica que na praça, o público-alvo da secretaria está realizando a triagem e encaminhamento dos atendidos conforme a necessidade de cada um. Por exemplo, caso o homem ou a mulher tenha interesse, o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) realiza de imediato o teste de IST.

Outra proposta é aproximar os moradores em condição de rua do mercado de trabalho. A Funsat (Fundação Social do Trabalho) está responsável por direcionar eles para as entrevistas de emprego com empresas parceiras. Em relação aqueles que têm histórico com drogas, a Sesau se dispôs a fazer o encaminhando comunidades terapêuticas que são responsáveis pelo tratamento.

Para receber o público, a Sedhast colocou uma tenda na praça e reservou uma mesa com mais de uma variedade de bolo. Foi nesse clima, tomando suco e comendo bolo, que moradores foram acolhidos. Um deles, de 51 anos, vive na rua há 31 anos e veio do interior do Estado para Campo Grande.

Durante a ação, público foi recebido com bolo e suco. (Foto: Henrique Kawaminami)
Durante a ação, público foi recebido com bolo e suco. (Foto: Henrique Kawaminami)

A intenção dele era conseguir um cartão do SUS para ter atendimento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial). Nascido em Miranda, o homem vive há alguns meses nas ruas do Centro. Nesta manhã, ele saiu da praça com o cartão e feliz por ter ganhado um corte de cabelo.

“Pra mim está sendo tudo muito ótimo porque  vou sair com o que preciso e ainda de cabelo cortado. Já participei dessas ações outras vezes, sou figurinha carimbada e com certeza isso ajuda todo mundo que vive na rua”, diz.

Com a opinião de que moradores de rua precisam desse tipo de apoio, ele relata que sente vontade de melhorar de vida. “Eu não queria estar vivendo nessa situação, mas já que estou quero viver pelo menos com dignidade”, afirma.

CTA realiza testes rápidos para HIV, sífilis e hepatite. (Foto: Henrique Kawaminami)
CTA realiza testes rápidos para HIV, sífilis e hepatite. (Foto: Henrique Kawaminami)

Outra que buscou atendimento foi uma mulher de 38 anos que está há quatro nas ruas. Ela comenta que gosta de ações como essa porque além do serviço, o pessoal também garante um pouco de comida. A mulher fez um dos testes rápidos, pois acredita que é bom saber se tem ou não alguma doença.

“Para gente que vive na rua não existe muito esse negócio de cuidado, a gente pode estar doente e nem sabe. Então é bom a gente fazer esses testes porque se tiver com alguma coisa já trata”, completa.

Moradia - Presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Cláudio Marques, está representando a agência devido ao programa “Recomeçar Moradia” que é voltado para pessoas em situação de rua. Atualmente, o programa atende 250 famílias.

Presidente da Emha, Cláudio Marques falou sobre programa de moradia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Presidente da Emha, Cláudio Marques falou sobre programa de moradia. (Foto: Henrique Kawaminami)

Cláudio explica que a Emha está dando visibilidade para que esse público possa buscar uma unidade habitacional com segurança, dignidade e respeito.  Para participar, a pessoa precisa ter de 0 a três salários mínimos, nunca ter sido beneficiada com uma unidade habitacional e ter os documentos pessoais para ser cadastrada.

“A procura hoje está sendo muito boa, mas hoje é mais um trabalho de acolhimento e conscientização. É para mostrar às pessoas as possibilidades que elas têm para ter uma vida mais digna”, pontua.

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