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Capital

Moradores mantêm movimento contra ampliação de cemitério

Aliny Mary Dias | 01/07/2014 11:32
Área ao lado da Praça do Papa foi desapropriada para aumentar cemitério (Foto: Arquivo)
Área ao lado da Praça do Papa foi desapropriada para aumentar cemitério (Foto: Arquivo)

A expansão do cemitério Santo Amaro, situado na Vila Sobrinho, em Campo Grande, se transformou em dor de cabeça para moradores de bairros vizinhos há um ano, quando a Prefeitura deu início a obras para criar 200 novas covas. Depois de o prefeito Gilmar Olarte (PP) declarar ontem (30) que manterá a proposta de ampliar o local, moradores e entidades civis voltaram a se revoltar com a situação.

O coordenador do Formads (Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul), Haroldo Borralho, afirma que em julho do ano passado, depois do início das obras, várias entidades apresentaram ao então prefeito Alcides Bernal uma proposta para aumentar o número de covas do cemitério sem precisar aumentar a extensão do espaço.

“Na época, o prefeito repassou para a Semadur, mas não tivemos respostas. Há um mês e meio, tentamos marcar uma audiência com o prefeito Gilmar Olarte, mas até agora nada. Essa é uma situação muito séria e sabemos que é possível resolver sem aumentar a área do cemitério”, diz.

A alternativa encontrada pelos órgãos e baseada em depoimentos de técnicos é verticalizar o cemitério. Criar espaços de três a quatro andares para abrigar os túmulos. O espaço poderia ainda, segundo Borralho, abrigar intervenções culturais nos muros que seriam erguidos. “Podem virar painéis”, afirma.

A proposta apresentada pelo órgão em conjunto com a ABCCON (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor) também traz a opção de construção de um crematório. O espaço teve concessão autorizada em fevereiro desse ano e o crematório deve ser erguido na Avenida Tamandaré.

Borralho afirma ainda que a solução para o problema de falta de covas no cemitério Santo Amaro também pode ser aplicada em outros cemitérios públicos da Capital, que passam pelo mesmo problema.

Desvalorização - Morador há 39 anos na Vila Almeida, mais especificamente a 500 metros do cemitério Santo Amaro, o aposentado João Neldo Luna, 66 anos, diz que a revolta é constante entre os vizinhos.

“O pessoal não quer a ampliação porque a área já é grande demais. O espaço que eles desapropriaram para isso, ao lado da Praça do Papa, poderia ser usado para receber mercados ou então para criar uma rua que dê acesso a Tamandaré”, explica.

A desvalorização dos imóveis é outra dor de cabeça para quem vive na região. “Ninguém quer morar perto de um cemitério e aqui o progresso não chega”, completa.

Ampliação - Em outubro do ano passado, as calçadas do cemitério foram reduzidas para ampliar 200 covas do cemitério. Quase 40 mil pessoas estão enterradas no cemitério municipal Santo Amaro. São, ao todo, 37.141 covas.

Além da calçada, a ampliação afetou uma área ao lado do cemitério. Houve desapropriação de uma área da Praça do Papa que deixou descontente a maioria das pessoas que mora no bairro. Por meio de decreto, a Prefeitura desapropriou 9,1 hectares da área que serão usados para aumentar o cemitério.

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