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Capital

Mulher é condenada por atrair vítima para "tribunal do crime" do PCC

Felipe Batista de Carvalho foi encontrado morto com as mãos amarradas às margens estrada vicinal na Capital

Por Clara Farias | 25/03/2025 18:03
Mulher é condenada por atrair vítima para "tribunal do crime" do PCC
Thaynara Ribeiro Gomes, de 26 anos, foi condenada nesta terça-feira (Foto: Reprodução)

A ré, Thaynara Ribeiro Gomes, de 26 anos, foi condenada nesta terça-feira (25), pelos crimes de cárcere privado e por integrar organização criminosa. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri da Capital, e ela deverá cumprir pena de 6 anos de reclusão. O julgamento ocorreu meses após a condenação de outros envolvidos no crime que resultou na morte de Felipe Batista de Carvalho.

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Thaynara Ribeiro Gomes, 26, foi condenada a 6 anos de prisão por cárcere privado e participação em organização criminosa, após atrair Felipe Batista de Carvalho para um "tribunal do crime" do PCC, que resultou em sua execução. Outros envolvidos, Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção, já haviam sido condenados. Felipe foi acusado de se relacionar com uma menor, o que motivou a ação da facção. O caso, investigado pela DHPP, está próximo do desfecho judicial.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Thaynara foi uma das responsáveis por atrair a vítima até uma residência no bairro Jardim Centro Oeste, onde Felipe Batista de Carvalho foi mantido em cárcere privado e submetido a um "tribunal do crime". O julgamento interno da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) resultou na execução da vítima, que foi levada a outro local e assassinada por enforcamento.

No primeiro julgamento, realizado em outubro de 2024, outros dois envolvidos no crime já haviam sido condenados. Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção foram sentenciados por homicídio qualificado, cárcere privado e participação em organização criminosa.

Bruno Henrique, apontado como um dos líderes da ação, foi condenado com base na Lei 12.850/2013, que trata do comando de execuções criminosas, mesmo sem envolvimento direto no assassinato. Já Maykon Leiva Monção, identificado como um dos responsáveis pelo transporte da vítima até o local da execução, também recebeu pena pelos crimes cometidos

A investigação apontou que a vítima foi capturada sob a acusação de manter um relacionamento com uma menor de idade, o que, segundo as regras internas do PCC, resultou na determinação de sua morte. O grupo foi julgado e condenado com base nas provas colhidas, incluindo depoimentos e registros periciais.

Com as condenações de Thaynara Ribeiro Gomes, Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção, o caso se aproxima do desfecho judicial.

Mulher é condenada por atrair vítima para "tribunal do crime" do PCC
Movimentação de peritos no local onde o corpo de Felipe foi encontrado (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Mulher é condenada por atrair vítima para "tribunal do crime" do PCC
Bruno e Maykon, sentados no banco dos réus. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O caso - Felipe estava desaparecido desde o dia 17 de abril de 2022, conforme boletim de ocorrência registrado pelo pai do rapaz, Reginaldo de Carvalho Ávila. Na época, ele contou que o filho trabalhava como servente de pedreiro em uma fazenda na cidade de Anastácio, a 122 km da Capital, onde conheceu um outro rapaz identificado como Renan.

Ainda conforme registro policial, a mãe de Renan ofereceu uma vaga de emprego para Felipe trabalhar como operador de máquinas em Campo Grande. O rapaz seguiu para a Capital, mas não conseguiu a vaga prometida. Dessa forma, ele passou a morar com Renan e a sua mãe no Jardim Los Angeles, bairro do sul da Capital, ocasião em que conheceu Thaynara, que demonstrou interesse em manter relacionamento amoroso com Felipe. Porém, o rapaz não quis e passou a “se relacionar” com a filha dessa mulher.

Revoltada, a mulher acionou o “comando” de uma facção criminosa para punir Felipe, pois a menina fazia uso contínuo de medicamento controlado. Sabendo dessa situação, o acusado chegou a entrar em contato com o pai dizendo que pelo ocorrido apenas “apanharia” como punição e “estaria tudo resolvido”. Mas dias depois, a mãe de Renan entrou em contato com o pai de Felipe informando que o rapaz havia sido classificado como “jack” - termo do crime para quem comete estupro - e, em razão disso, havia chances dele ser executado.

Em outra ocasião, não informada, a mãe de Renan entrou em contato novamente com o pai afirmando que o “comando” havia levado Felipe para a “cantoneira”, onde seria assassinado. Enquanto acontecia o julgamento, Bruno e Maykon eram responsáveis por cuidar o portão. Conforme o MPMS, Bruno participou da ocultação de cadáver, junto com Jamaica e Paquistão.

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