Município é leviano ao 'posar de bom pagador', diz Solurb sobre auditoria
A CG Solurb, que detém a concessão serviço de coleta de lixo em Campo Grande, emitiu nota no fim da tarde desta quinta-feira (11) desqualificando auditoria, apresentada pela manhã pela Prefeitura, apontando pagamentos indevidos à empresa. Entre outras coisas, a concessionária cita que “não pode agora o município, com base em um ‘laudo’ certamente eivado de vícios, querer posar de bom pagador”.
Pelo levantamento da Prefeitura, a Solurb recebeu ao menos R$ 8 milhões além do que deveria por problemas nas medições do seu trabalho. Além da coleta de lixo, a empresa também é responsável por serviços de limpeza de ruas e bueiros, por exemplo, setores onde estariam os problemas na aferição do serviço feito, de acordo com o Executivo municipal.
“Carece de qualquer legitimidade e credibilidade o ‘laudo’ apresentado hoje pela PMCG e que ‘conclui’ a ocorrência de pagamento a maior pelos serviços prestados ao município pela CG Solurb”, abre a nota da empresa. Ela classifica como “ato unilateral” o fato de não ter sido chamada a participar dos trabalhos, além de chamar de “levianas quaisquer afirmações de superfaturamento ou inexecução dos serviços medidos”.
“Salientamos ainda, que desde a assunção da atual gestão municipal, nenhum pagamento foi feito pela PMCG à concessionária, o que ocasiona diversos transtornos e prejuízos à empresa”, prossegue a nota. Ao fim, a Solurb aponta que, na contramão das necessidades do município, teve suspensos parte dos serviços aos quais foi contratada: “em suma, os atuais gestores, focados na destruição da imagem da CG Solurb, perdem o foco no Aedes aegypti, que tantos dissabores e sofrimento tem causado à população”.
Confira abaixo, na íntegra, a nota enviada pela Solurb:
"Tendo em vista informações prestadas à imprensa pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, a CG Solurb vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:
Carece de qualquer legitimidade e credibilidade o “laudo” apresentado hoje pela PMCG e que “conclui” a ocorrência de pagamento a maior pelos serviços prestados ao município pela CG Solurb.
Primeiro porque a iniciativa decorre de ato unilateral por parte da PMCG, não tendo a CG Solurb participado de nenhuma das “diligências a campo” e tampouco de checagens “in loco” realizadas pelo município.
Se o município conclui pela inconsistência na prestação dos serviços em face dos pagamentos realizados, há que se questionar: que medida foi tomada pela atual gestão com relação aos servidores que aprovaram as medições relativas a 2013 e 2014 – todas pagas –, no primeiro período da gestão do prefeito? Teria porventura a Agência Municipal de Regulação se omitido?
Como é possível concluir somente agora, “seis meses depois”, que determinada rua, calçada, ou boca-de-lobo não foi varrida, limpa, ou capinada adequadamente? Isto posto, inexiste a possibilidade desta concessionária comentar o citado “laudo”, haja vista que não tivemos acesso ao seu conteúdo, o que buscaremos inicialmente pela via administrativa e, se necessário, em juízo, visto que fica clara mais uma tentativa da PMCG de protelar os pagamentos pelos serviços prestados, bem como macular a imagem da concessionária perante a opinião pública.
Aliás, reafirmamos que a legitimidade do referido laudo com absoluta certeza não sobrevive à qualquer trabalho técnico de cunho independente, o que buscaremos, se for necessário, ainda que seja em juízo.
Salientamos ainda, que desde a assunção da atual gestão municipal, nenhum pagamento foi feito pela PMCG à concessionária, o que ocasiona diversos transtornos e prejuízos à empresa.
Os valores que foram recebidos e são utilizados para custear as nossas operações, apesar de líquidos e certos, somente foram repassados por ordem judicial, ou seja, não pode agora o município, com base em um “laudo” certamente eivado de vícios, querer posar de bom pagador.
Acreditamos serem levianas quaisquer afirmações de superfaturamento ou inexecução dos serviços medidos. Por fim, e não menos importante, devemos lembrar que na contramão das ações para redução dos casos de “Dengue, Zica e Chicungunia”, desde setembro de 2015, por determinação da PMCG, reduzimos significativamente os serviços de varrição, capina, roçada, limpeza de boca-de-lobo, bem como demais serviços correlatos.
Em suma, os atuais gestores, focados na destruição da imagem da CG Solurb, perdem o foco no Aedes Aegypt, que tantos dissabores e sofrimento tem causado à população.
CG Solurb Campo Grande, 11 de fevereiro de 2016".