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Capital

Na mesma área de bairros ricos, Noroeste é entrave na infraestrutura e habitação

Região do Prosa é de “grandes contrastes socioeconômicos" com famílias de maior renda e bolsões de pobreza

Por Lucia Morel | 28/01/2024 08:35
Barracos na favela Comunidade Esperança, no Jardim Noroeste. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Barracos na favela Comunidade Esperança, no Jardim Noroeste. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Localizado na mesma região de bairros nobres de Campo Grande, o Jardim Noroeste pode ser considerado o gargalo da habitação da Capital, por ter a maior área de vazio urbano entre todas as sete regiões da cidade. Estudo da consultoria Demacamp, de Campinas (SP) estabelece que a região do Prosa é de “grandes contrastes socioeconômicos, visto que nela residem famílias de maior renda, em convivência com vários bolsões de pobreza”.

A empresa Demacamp Planejamento, Projeto e Consultoria S/S Ltda foi contratada para fazer a consultoria para prefeitura de Campo Grande. O material vai servir de embasamento para  atualizar e revisão da Polhis (Política Municipal de Habitação de Interesse Social) e do Phabis (Plano Municipal de Habitação de Interesse Social).

O levantamento faz "raio-x" do Jardim Noroeste. Localizada entre Jardim dos Estados e Chácara dos Poderes, a região é a de menor população, com 82.328 habitantes, o que resulta na densidade demográfica mais baixa da cidade 14,77 habitantes por hectare. Por conta dessa disparidade social, a renda per capita de seus moradores é a segunda mais baixa entre as demais regiões da Capital, sendo de R$ 584,90, aproximadamente.

Essa diferença entre os bairros da região escancara o fato de que “os bairros mais próximos ao centro são bem servidos de infraestrutura, enquanto os loteamentos mais distantes carecem de redes de esgoto e energia e de pavimentação”, conforme o estudo.

Outra constatação da consultoria é que, apesar de a área do Jardim Noroeste ter recebido pelo menos 1,2 mil unidades habitacionais públicas de 2007 até agora, isso não foi suficiente para permitir que a localidade tivesse algum padrão de qualidade de habitações. Pelo contrário, “foram encontradas diversas situações que caracterizam precariedade habitacional, como casas rústicas em madeira reaproveitada, ocupadas por população com alta vulnerabilidade social”. Isto é, favelas.

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Como a Nova Esperança, próxima ao antigo aterro de resíduos do bairro. “A ausência de infraestrutura e de equipamentos e serviços urbanos também é marcante em todo o loteamento”, diz a Demacamp, reforçando que cerca de 38% do bairro é de vazios urbanos e que apesar de lotes regularmente ocupados, “o Jardim Noroeste foi demarcado como assentamento regular precário (ARP), tendo em vista o alto percentual de moradias precárias, sua localização periférica e a baixa densidade”.

Para a consultoria, tais características “extrapolam o problema habitacional em si, configurando um problema urbanístico a ser solucionado”.

Em contato com a Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), esta informou que “está trabalhando no estudo voltado para as políticas de habitação do município”, conduzido pela Demacamp e que “durante o processo, áreas que já são atendidas pela agência como Mandela, Homex e Samambaia foram minuciosamente analisadas”.

Também informou que o estudo é uma análise aprofundada, “sendo uma ferramenta para a compreensão e abordagem dos desafios habitacionais enfrentados pelo município”.

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