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Capital

Na mochila, PM carrega canivetes e arma falsa que apreendeu em escolas

No 2º chamado do dia por “ameaça” de atentado em colégio, topamos com sargento que dá “sermão” na gurizada

Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 05/04/2023 20:54
Sargento Richardson Melo Duchini, que trabalha no patrulhamento comunitário. (Foto: Paulo Francis)
Sargento Richardson Melo Duchini, que trabalha no patrulhamento comunitário. (Foto: Paulo Francis)

No segundo chamado do dia por “ameaça” de atentado em escola da Capital, o Campo Grande News topou com o sargento Richardson Melo Duchini. Integrante de equipe da polícia comunitária da região sul da Capital, ele está acostumado a ser chamado para esse tipo de ocorrência. É também palestrante e não economiza na exposição dos “maus exemplos” na hora de “puxar a orelha” da gurizada.

Duchini carrega na mochila três canivetes, um soco inglês e uma arma falsa, material que apreendeu em escolas desde que começou a ser requisitado para dar os “sermões” na galerinha.

Nesta quarta-feira (5), ele esteve em escola municipal do Bairro Aero Rancho, onde trote causou pânico, principalmente depois do que o Brasil testemunhou, horas antes, o massacre em uma creche em Blumenau (SC).

Policiais militares durante "visita" a escola municipal nesta tarde. (Foto: Paulo Francis)
Policiais militares durante "visita" a escola municipal nesta tarde. (Foto: Paulo Francis)

Durante a tarde, em momento de fúria, adolescente fez menção de estar armado dentro de sala de aula. Assustados, alguns dos estudantes avisaram os pais pelo celular e foi então que começou a chuva de ligações para a emergência da PM (Polícia Militar).

Já na escola, policiais chamaram o garoto para conversa e ele admitiu ter mentido sobre ter uma arma. A mochila do estudante já havia sido revistada e nada foi encontrado. A equipe da PM fiscalizou outras mochilas e constatou que tudo não passou mesmo de uma fantasia.

O caso seria encaminhado para a Semed (Secretaria Municipal de Educação), para que providência administrativa fosse tomada.

“Faz parte do policiamento comunitário. A gente atende algumas escolas dando palestras e atende a esses chamados, com bastante frequência. Acontece também de um aluno ameaçar o outro, brigas e a gente é chamado para apaziguar”, explica o sargento.

Duchini explica que mostra o material apreendido nas palestras como forma de sanar a curiosidade dos adolescentes, mas também para explicar, firmemente, que determinadas atitudes podem gerar graves consequência. Afinal, escola é lugar de lápis, caderno e livro.

Canivetes, soco inglês e réplica de arma tirados das mãos de estudantes em escolas. (Foto: Paulo Francis)
Canivetes, soco inglês e réplica de arma tirados das mãos de estudantes em escolas. (Foto: Paulo Francis)

Primeira ocorrência – Horas antes, pela manhã, após aviso de massacre pichado no banheiro masculino, alunos da Escola Estadual Blanche Dos Santos Pereira, no Bairro Tijuca, também no sul de Campo Grande, alunos tiveram as mochilas e os pertences revistados pela equipe da Ronda Escolar da Polícia Militar. Quatro policiais participaram da ação. Nada de irregular foi encontrado. O autor da ameaça ainda não foi identificado.

O policial militar Amarildo Santa Cruz, coordenador operacional da Ronda Escolar em Mato Grosso do Sul, comentou que, somente nesta semana, as equipes atenderam quatro denúncias de chacina em escolas, tanto estaduais quanto municipais.

Os relatos são os mesmos, de avisos que são pichados nos banheiros. “Cada escola tem o seu perfil de abordagem em situações como essa. É necessária a ronda escolar justamente para tranquilizar os pais, que ficam apavorados e sem saber como agir”, disse.

Policiais revistando as mochilas dos alunos nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Policiais revistando as mochilas dos alunos nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)


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