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Capital

Nando teria matado 16 pessoas e investigação vai a mais dois bairros

Polícia investiga envolvimento de serial killer em mortes no jardim Veraneio e Noroeste

Luana Rodrigues | 06/12/2016 17:08
"Nando" durante escavações no jardim Veraneio, realizadas nesta segunda-feira (05). (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
"Nando" durante escavações no jardim Veraneio, realizadas nesta segunda-feira (05). (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Corpo de Rogeiro Cesar de Brito, 45 anos, foi encontrado em terreno baldio no Jardim Veraneio. (Foto: Marcos Ermínio)
Corpo de Rogeiro Cesar de Brito, 45 anos, foi encontrado em terreno baldio no Jardim Veraneio. (Foto: Marcos Ermínio)

Subiu para 16 o número de vítimas de Luiz Alves Martins Filho, 49 anos, o Nando, ‘matador’ confesso de moradores desaparecidos do Danúbio Azul, em Campo Grande. A informação é da Polícia Civil, que também apura a ligação do serial killer em crimes ocorridos em outros dois bairros da Capital: Jardim Veraneio e Jardim Noroeste. 

Conforme o delegado titular da Delegacia Especializada na Investigação de Homicídios, Márcio Shiro Obara, responsável pelas investigações, com a prisão de Claudinei Augusto Orneles Fernandes, 24 anos, nesta segunda-feira (05), a polícia conseguiu confirmar que Nando era culpado pela morte de Daniel Gomes de Souza Carvalho de 17 anos, desaparecido desde 2012, e descobriu a participação dele em outros dois crimes.

“Danielzinho preenchia de maneira perfeita o perfil das vítimas escolhidas por Nando, no entanto ele não confessava a morte dele e não entendíamos porque. Ao prendermos Claudinei, chegamos à conclusão de que ele queria preservar o comparsa, que acabou o entregando em outros dois homicídios”, explica o delegado.

Já que o “amigo” já havia sido preso, Nando também confessou ser o autor da morte de Ariel Fernando Garcia lima Teixeira, 22 anos, e de uma mulher identificada apenas como “Malu”.

Ariel foi encontrado morto, com vários tiros na cabeça e pelo corpo, em fevereiro de 2012, embaixo de uma árvore, no Jardim Veraneio.

Outro caso relacionado a Nando é a morte de Rogeiro Cesar de Brito, 45 anos. Ele foi encontrado degolado, com vários tiros pelo corpo, no dia 4 de janeiro deste ano, na Rua Água Azul, no Jardim Veraneio, atrás da Funlec, a 500 metros da BR-163.

Com a descoberta dos novos casos, a polícia também concluiu que o ‘modus operandi’ - a forma de matar de Nando, nem sempre era a mesma. Um exemplo é que o criminoso havia dito que não costumava usar armas, porque “não gostava de sangue”, porém, em pelo menos 10 de seus 16 crimes confessos, matou as vítimas a tiros e facas.

“Embora não tenha o nível de educação alto, ele é uma pessoa que tem uma inteligência diferenciada. Tem facilidade de dissimulação, manipulação de pessoas e de situações, que ele usa para preservar alguns comparsas e assim continua escondendo crimes”, conta o delegado.

Investigação e autoria - As investigações continuam, sem prazo para terminar. Nando e outros cinco comparsas continuam presos, a disposição da Polícia Civil. No total, 17 foram indiciados pelos crimes de exploração sexual, tráfico de drogas, ocultação, homicídio, ocultação de cadáver, associação criminosa e maus-tratos de animais.

Dos indiciados, os que tiveram a identificação revelada são: Ariane de Souza Gonçalves, 19 anos; Talita Regina de Souza, 21; Wagner Vieira Garcia, 24; Jean Marlon Dias Domingues, 20; Michel Henrique Vilela Vieira, 21; Andréia Conceição Pereira; Diego Vieira Martins; Rudy Pereira da Silva; Jeová Ferreira Lima, Jeová Ferreira Lima Filho e Claudinei Augusto Orneles Fernandes, 24 anos.

Perfil - Considerado um 'serial killer' pela Polícia Civil, Nando enterrava as vítimas de cabeça para baixo no cemitério clandestino que ele criou. Neste local, no jardim Veraneio, já foram encontradas oito ossadas de vítimas. A polícia ainda busca os restos mortais de Flavio Soares Correia, Jhennifer Lima da Silva, Eduardo Dias Lima, Jhennifer Luana Lopes.

Segundo a delegada da Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância e a Juventude) Aline Sinott, ele se comportava de tal forma, pois se considerava um " justiceiro". Antes da polícia descobrir essa situação, Nando já tinha passagem por outros crimes, sendo um deles, estupro.

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