"Não lembro de quase nada", diz chorando jovem que matou namorada em acidente
Primeira versão apresentada foi de que a namorada subiu no capô do carro para impedir que Rafael dirigisse
As primeiras declarações dadas à polícia por Rafael Souza, sobre acidente que matou a namorada, não ajudam muito a elucidar o que ocorreu na madrugada deste sábado (15). O rapaz garante que sofreu um apagão e não lembra do trajeto até a Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camilo, ao lado do Shopping Campo Grande, onde Mariana Vitória Vieira Lima morreu, aos 19 anos.
Ao chegar na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ainda chorando muito, Rafael repetiu várias vezes que não lembrava de quase nada. "Só lembro que passamos primeiro no posto Trokar (na Fernando Corrêa da Costa) e depois não lembro mais nada", disse.
Segundo ele, apenas flashes surgem na memória. "lembro também de subir o pontilhão da Ceará", se referindo ao cruzamento com a Afonso Pena.
A partir daí, o jovem diz que apagou e só voltou a recordar do momento em que atingiu uma árvore da Arquiteto Rubens Gil de Camilo, por volta das 4h, e de ouvir Mariana gritar "Rafael". Nesta manhã, o carro foi encontrado cerca de 50 metros a frente do ponto de impacto.
Após a colisão, o rapaz diz que desceu do carro, foi até onde o corpo estava caído, ao lado da árvore, pegou Mariana no colo e, desesperado, começou a chorar.
Logo depois do acidente, um guarda municipal que passava pelo local viu a cena, acionou a Polícia Militar e conseguiu fazer Rafael soltar o corpo da namorada, que ficou perto do meio-fio até a funerária chegar.
Preso em flagrante por estar embriagado, Rafael foi colocado na viatura e continuou chorando no interior do veículo. Até o momento, a delegada responsável pelo caso não repassou qualquer informação sobre o acidente.
No momento do flagrante, equipe da PM que atendeu a ocorrência ouviu de Rafael que os dois tinham bebido em um bar, na Avenida Afonso Pena, e no local começaram a discutir.
A versão apresentada pelo jovem foi de que ele pegou a chave do carro para ir embora, mas Mariana viu que o namorado estava muito alterado pela bebida e disse: "não sai com o carro que você vai morrer".
Não se sabe o que levou ao cenário da morte. Mas segundo os policiais, Rafael disse que Mariana foi parar no capô do carro, já longe do bar de onde os dois teriam saído, como forma de evitar que o namorado continuasse dirigindo bêbado.
De acordo com a perícia, Mariana morreu com múltiplas fraturas e, inclusive, com marcas de pneu na barriga, o que pode indicar também atropelamento.