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Capital

“Não tenho paz”, diz mulher acusada de assassinar marido após briga em bar

Diarista de 39 anos foi apontada como ex de Eraldo Lopes da Silva, mas afirma que os dois viviam juntos

Por Ana Paula Chuva e Antonio Bispo | 14/10/2023 11:19
Elisângela contou que vem sendo ameaçada e perseguida após morte do marido (Foto: Paulo Francis)
Elisângela contou que vem sendo ameaçada e perseguida após morte do marido (Foto: Paulo Francis)

“Não tenho paz”. A frase é da diarista Elisângela Dias dos Santos, de 39 anos, que após ter o marido Eraldo Lopes da Silva, 42 anos, assassinado a facadas, foi apontada como responsável pelo crime que aconteceu durante uma briga de bar na madrugada do dia 11 de outubro na Rua dos Recifes, Bairro Coophavila II, em Campo Grande.

Elisângela conversou com o Campo Grande News na manhã deste sábado (14) e contou que teve fotos suas ao lado do autor do crime espalhadas pelas redes sociais dizendo que ela seria ex-esposa e responsável pela morte do homem. No entanto, a diarista esclarece que prestou depoimento na delegacia como testemunha do crime.

“Eu sou a esposa dele. Nós morávamos juntos, temos uma filha de 1 ano e 2 meses. Estão postando as coisas falando que estou sendo procurada. Eu não matei meu marido. Estou sendo ameaçada e caçada por pessoas que estão espalhando mentiras. Eu não pude nem ir no velório do meu marido”, disse a mulher.

Segundo a diarista, no dia do crime, ela estava em um bar com um amigo e a filha de 18 anos, de outro relacionamento, enquanto o marido estava em outro estabelecimento com o genro. Elisângela decidiu ir embora e viu a moto da vítima em frente ao local onde ele estava.

Como já havia consumido bebidas alcoólicas, ela afirma que ficou muito nervosa. “Eu chamei por ele e ele não apareceu. Aí chutei a moto dele para chamar atenção e nós começamos a discutir. Acabou virando uma briga generalizada porque outras pessoas entraram no meio, até que alguém me deu um soco e eu desmaiei. Um homem que eu não conheço”, contou a diarista.

À reportagem, a mulher relatou que testemunhas afirmaram que Eraldo teria tentado agredi-la enquanto ela estava desmaiada e quando ela acordou o amigo com quem estava no outro bar teria dito “dei três nele” e fugiu, foi quando ela ficou sabendo que Eraldo estava morto.

Mulher segurando o boletim de ocorrência durante entrevista ao Campo Grande News (Foto: Paulo Francis)
Mulher segurando o boletim de ocorrência durante entrevista ao Campo Grande News (Foto: Paulo Francis)

“Tão me acusando de ser amante desse meu amigo, tão falando que sou ex do Eraldo. Nada disso é verdade. Tinha muita gente no local, eu nem cheguei a ver ele, porque não conseguia andar. Eu sei que a família dele está sofrendo, mas eles acham que não tenho dor nenhuma. Não consigo nem sofrer pela morte dele porque estão postando minha cara como procurada e eu tenho medo de sair na rua”, afirmou a mulher.

De acordo com a diarista, as irmãs de Eraldo estiveram em sua casa para retirar as coisas do homem. “Como assim tirar as coisas dele? Eu sou a esposa dele, que direito eles têm de fazer isso?”, questiona.

Ela então decidiu registrar um boletim de ocorrência e saiu da residência por medo.

Assassinato - Eraldo foi morto com golpes de faca na região do tórax. Segundo o boletim de ocorrência, testemunhas contaram que a vítima estava em um bar na região, quando acabou discutindo e agredindo Elisângela por ciúmes. A mulher estava acompanhada de outro homem.

As pessoas que estavam no estabelecimento tentaram separar a confusão e a situação acabou virando uma briga generalizada. Eraldo saiu correndo do local e no trajeto foi alcançado e ferido pelo autor. Após o homicídio, a polícia recebeu denúncia anônima de que o suspeito residia na Rua Granada, no Jardim Centenário.

Os policiais foram até o endereço e encontraram apenas um veículo Fiat Uno com a chave no contato e uma faca no banco dianteiro. A faca foi apreendida e o veículo periciado. O corpo de Everaldo foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico.

Marcas de sangue no local onde Eraldo foi morto a facadas (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcas de sangue no local onde Eraldo foi morto a facadas (Foto: Henrique Kawaminami)

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