No domingo frio, moradores de rua dormem até em canteiro de avenida
Domingo amanheceu com termômetros marcando 12°C em Campo Grande
O domingo começou gelado em Campo Grande, durante a madrugada os termômetros marcaram 13°C, mas por volta das 6h a temperatura registrada era de 12°C e apesar disso, moradores de rua foram vistos dormindo nos canteiros das avenidas.
Durante uma rápida volta na região do bairro Jockey Club, a equipe de reportagem flagrou três, com suas poucas cobertas, deitados pelos canteiros. A cena é de tristeza pois mesmo com as temperaturas mais altas hoje, o vento gelado ainda ‘machucava’ no inicio da manhã, quem dirá de madrugada.
A cena, infelizmente, não é incomum. Entre a tarde de sexta, quando as temperaturas chegaram aos 6°C na Capital, e a madrugada do sábado com sensação térmica de 4°C, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) abordou 46 pessoas em situação de rua, dessas apenas 12 aceitaram o acolhimento. Ao todo foram distribuídos 30 cobertores no período.
Já neste domingo, a equipe realizou a abordagem a 17 pessoas em situação, dessas três aceitaram o acolhimento e foram entregues cinco cobertores.
Os acolhidos são levados para abrigos que vão desde escolas municipais improvisadas para ampliar o atendimento durante a pandemia, até o Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua), para onde são encaminhadas também as pessoas que chegam à Capital sem terem local para ficar.
Previsão - Apesar da previsão de máxima em 26°C neste domingo, a onda de frio deve continuar atuando no Mato Grosso do Sul ao menos até a terça-feira (25), véspera do aniversário de Campo Grande.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os termômetros devem variar entre 12°C a mínima e 36°C a máxima no período, com manhãs geladas e temperaturas se elevando durante o dia.
Como ajudar – Quem atende esse tipo de auxílio na SAS é o SEAS (Serviço Especializado em Abordagem Social). Os abrigos são a estratégia que a Secretaria tem para pessoas em situação de rua. Nesses espaços, além de cama e alimentação, possibilidade de higiene pessoal também é oferecida.
A SAS adota política pública “contra a esmola”. A secretaria alega que oferecer dinheiro, comida ou cobertas “não ajuda quem está na rua”.
“A esmola, mesmo sem esta intenção, acaba contribuindo para mantê-las nas ruas, expostas a todos os tipos de violência e até à dependência química. Na realidade essas pessoas precisam reconstruir o seu projeto de vida”, diz a SAS.