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Capital

No Jardim Carioca, clima é de pânico após ataque a três mulheres

Em pouco mais de 20 dias, três mulheres foram atacadas próximo a ponte que dá acesso ao Núcleo Industrial

Viviane Oliveira e Clayton Neves | 20/08/2019 11:40
Tubulação usada pela população como ponte (Foto: Henrique Kawaminami)
Tubulação usada pela população como ponte (Foto: Henrique Kawaminami)

Dez minutos antes de atacar a idosa Mariazita Carneiro da Silva, 75 anos durante tentativa de assalto na manhã de ontem (19), um homem ainda não identificado, invadiu a casa da agricultora Maria Auxiliadora de Araújo, 54 anos, para roubar. Ele fugiu levando uma carteira de cigarros e R$ 30 em dinheiro. Em pouco mais de 20 dias, três mulheres foram atacadas próximo a ponte que dá acesso ao Núcleo Industrial. Os casos foram registrados no prolongamento da Avenida 7, no Jardim Carioca, em Campo Grande.

Nesta manhã, Maria Auxiliadora foi à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) prestar depoimento. O enteado dela, Kelvin da Cruz, 22 anos, contou que a madrasta estava sozinha em casa, quando o suspeito chegou perguntando se a vítima tinha peixe para vender. Ela disse que não. Na sequência, o suspeito invadiu a casa, colocou a faca no pescoço de Maria Auxiliadora e a ameaçou.

Com medo, a vítima passou a gritar chamando pelo marido, que não estava na residência. O suspeito, então, fugiu levando apenas cigarros e R$ 30 em dinheiro. Maria Auxiliadora não ficou ferida. Logo depois, a 500 metros dali, o mesmo rapaz segundo testemunhas, atacou Mariazita em tentativa de assalto. Os crimes foram registrados no entorno de uma tubulação (usada como ponte pelos moradores), que dá acesso ao Núcleo Industrial.

Próximo dali, ponte construída pela prefeitura d´dá passagens aos moradores (Foto: Henrique Kawaminami)
Próximo dali, ponte construída pela prefeitura d´dá passagens aos moradores (Foto: Henrique Kawaminami)
João Gamarra reclama da situação e diz que falta limpeza e iluminação nos dois locais (Foto: Henrique Kawaminami)
João Gamarra reclama da situação e diz que falta limpeza e iluminação nos dois locais (Foto: Henrique Kawaminami)

Assustados com os casos de ataques a mulheres que vem acontecendo na região, os moradores reclamam da falta de iluminação, limpeza e sinalização no entorno das duas passarelas existentes na redondeza. “Ultimamente tem muita gente estranha passando por aqui”, lamentou. O rapaz afirma que as pontes se tornaram esconderijos de usuários de drogas, principalmente no período na noite.

Morador há 26 anos no bairro, o autônomo João Gamarra, 65 anos, também reclama da situação. Ele disse que todo dia vai até o ponto de ônibus esperar o neto de 14 anos que chega da escola no começo da noite. “Precisamos de mais segurança, de mais limpeza, de mais iluminação”, ressaltou.

Trabalhando com poda de árvores no entorno do córrego, Alafe César, 24 anos, foi um dos que socorreu Mariazita. “Ela estava toda ensanguentada. Pegamos um pano para estancar o sangue, enquanto o socorro e a polícia não vinham”, contou.

No dia 29 do mês passado, uma mulher de 30 nos, também foi surpreendida no mesmo local por um homem e esfaqueada onze vezes, sendo três golpes no pescoço. Ontem, a população fez protesto pedindo mais segurança no Jardim Carioca, depois dos ataques recentes. A assessoria da PM (Polícia Militar) informou que a segurança no bairro foi reforçada e que a equipe de inteligência está fazendo monitoramento para acompanhar a situação no bairro e reduzir os índices de criminalidade.

Um homem que não teve a identidade revelada chegou a ser preso, suspeito de esfaquear a idosa Mariazita. Na delegacia, a vítima não o reconheceu com autor do crime e ele foi liberado. O caso é investigado pela Deam. 

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