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Capital

No meio da rua há anos, árvores viram pivô de discussão com a chegada de asfalto

Uma delas é a última da espécie carvoeiro-vermelho no perímetro urbano e foi contornada pelo asfalto

Caroline Maldonado e Bruna Marques | 08/06/2022 11:37
Árvore no meio da Rua Francisco Pinto de Arruda, esquina com a Dunga de Arruda. (Foto: Henrique Kawaminami)
Árvore no meio da Rua Francisco Pinto de Arruda, esquina com a Dunga de Arruda. (Foto: Henrique Kawaminami)

O asfalto passou e a árvore permanece no meio da Rua Francisco Pinto de Arruda, esquina com a Dunga de Arruda. Mais adiante, outra árvore está bem no meio de um sentido da via, que vai ser asfaltada em breve. Agora, moradores do Parque Dallas querem saber se a cumbaru e a carvoeiro-vermelho serão mesmo mantidas ali e se preocupam com o trânsito.

Há nove anos morando na esquina, a estudante Eliane Fernandes, de 40 anos, teme que a via seja de mão única para dar conta da situação, mas como não tinha asfalto, só esperando para ver como será a sinalização.

Vai atrapalhar a gente se virar mão única. Sou a favor que retire, não que eu seja contra a árvore, mas cada coisa deve ficar no seu devido lugar. Se você analisar o tronco, parece até que já está sendo danificada pelo cupim. No meu ponto de vista, ela já está comprometida”, argumenta Eliane.

Estudante Eliane Fernandes, de 40 anos, mora na esquina em que fica uma das árvores. (Foto: Henrique Kawaminami)
Estudante Eliane Fernandes, de 40 anos, mora na esquina em que fica uma das árvores. (Foto: Henrique Kawaminami)

A rua já asfaltada fica nos fundos de uma nova loja do Fort Atacadista, na Avenida Três Barras, que está em construção.

O comerciante Matheus Dallasta, de 31 anos, também reclama da situação e prevê problemas no trânsito.

Acho a árvore bonita, mas tem que tirar mesmo, tem que facilitar nossa vida e pela segurança da região, porque agora, com a nova loja do Fort, vai aumentar o movimento. Acho que vai atrapalhar o fluxo”, comenta o comerciante, que tem uma empresa atacadista de mel há 20 anos no bairro.

Comerciante Matheus Dallasta, de 31 anos, mora na rua que abriga uma das árvores. (Foto: Henrique Kawaminami)
Comerciante Matheus Dallasta, de 31 anos, mora na rua que abriga uma das árvores. (Foto: Henrique Kawaminami)

Enquanto as obras de asfaltamento são realizadas, as árvores ganham também defensores. Uma delas é a professora Maristela da Silva Ribeira, de 57 anos, que mora há cinco meses no bairro.

Aquela árvore é muito importante, precisamos de oxigênio, ar puro e ela tem esse papel fundamental. O pessoal tem que ter um pouco de tolerância e usar o outro lado, não precisa se preocupar com ela. A preservação das árvores é muito importante. Eu acho que só vai se tornar um problema se não tiver compreensão das pessoas e sinalização, mas se for bem sinalizado, vai dar tudo certo”, comenta Maristela.

Professora Maristela da Silva Ribeira, de 57 anos, que mora há cinco meses no Bairro Parque Dallas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Professora Maristela da Silva Ribeira, de 57 anos, que mora há cinco meses no Bairro Parque Dallas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Um parecer da auditora fiscal do Meio Ambiente da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), a bióloga Gisseli Ramalho Giraldelli dos Santos é contra a remoção das árvores. As árvores avaliadas não se encontram em nenhuma das condições previstas na lei que trata da remoção.

A árvore no cruzamento com a Rua Francisco Pinto de Arruda é o único exemplar da espécie carvoeiro-vermelho registrada no perímetro urbano de Campo Grande, conforme o parecer.

Já a outra árvore, na Rua Dunga de Arruda, o pé de cumbaru, não tinha tubulação de drenagem nas proximidades quando foi feita a vistoria, mas agora, os moradores reclamam que a raiz está sendo afetada pelas escavações.

Árvore na Rua Dunga de Arruda. (Foto: Henrique Kawaminmi)
Árvore na Rua Dunga de Arruda. (Foto: Henrique Kawaminmi)

Em análise - Em nota, a Semadur informou que está analisando um recurso técnico impetrado pela Sisep (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) e avaliando a solicitação de remoção da árvore na Rua Dunga de Arruda, onde o asfalto ainda não passou.

“Assim que o novo parecer técnico for emitido, será divulgado. É importante lembrar que a obra de pavimentação do Parque Dallas é aguardada há anos pelos moradores da região e que vai melhorar a infraestrutura de uma região com mais de 5 mil habitantes. Com a obra sendo executada, o bairro recebeu rede de esgoto, drenagem e terá 10 quilômetros de pavimentação”, diz a nota da Semadur.

Árvore na Rua Dunga de Arruda e trabalhadores da obra de drenagem fazendo escavações que afetam a raiz, segundo moradores. (Foto: Direto das Ruas)
Árvore na Rua Dunga de Arruda e trabalhadores da obra de drenagem fazendo escavações que afetam a raiz, segundo moradores. (Foto: Direto das Ruas)


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