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Capital

No reencontro, a esperança de ver a filha de 13 anos renascer das drogas

Aline dos Santos | 16/03/2012 11:15

O drama revelado em reportagens despertou a solidariedade e a garota ganhou o tratamento. Agora, a mãe sorri.

Mãe fez primeira visita à filha: “Tá bem melhor. Engordou, tá mais corada”.(Foto: Marlon Ganassin)
Mãe fez primeira visita à filha: “Tá bem melhor. Engordou, tá mais corada”.(Foto: Marlon Ganassin)

O rosto da mãe se ilumina com cores de esperança ao falar do reencontro com a filha adolescente. Depois de furtos, lágrimas e sofrimento – efeitos colaterais da dependência química – a menina de 13 anos concordou em receber tratamento médico e trocou o bairro Dom Antônio Barbosa em Campo Grande, por uma clínica em Naviraí.

Nesta semana, a mãe, de 35 anos, duas irmãs e o sobrinho bebê viajaram 366 km para revê-la. Para a mãe, a primeira visita foi uma grata surpresa. “Tá bem melhor. Engordou, tá mais corada” conta a mulher, que no fim da tarde de ontem voltava de mais um dia de trabalho como faqueira num frigorífico.

Dois detalhes chamaram a atenção: as mãos e a calma da filha. “A mão dela tava magrinha, sequinha, agora voltou ao normal”, relata. Ansiosa e agressiva, a menina roía as unhas de forma frenética.

Na clínica, a menina desfilou com o sobrinho pelo colo, apresentando o bebê para todas as enfermeiras. Dos médicos, a mãe ouviu que os dois primeiros meses tendem a ser os mais difíceis para o paciente.

Eles sentem falta da família, da casa e, sobretudo, das drogas. “Ela disse que nunca mais vai colocar essas porcarias na boca”, conta uma das irmãs.

Garota tenta, pela terceira vez, se livrar da dependência das drogas. (Foto: Marlon Ganassin)
Garota tenta, pela terceira vez, se livrar da dependência das drogas. (Foto: Marlon Ganassin)

A viagem vai se repetir uma vez por mês, até o fim do tratamento.

esperança de dias melhores para a adolescente veio depois da tormenta. Em 7 de fevereiro deste ano, dois dias antes de completar 13 anos de vida, a garota foi flagrada furtando uma mercearia a poucas quadras de casa.

O dinheiro era para sustentar o vício em pasta-base. Os furtos constantes despertaram a ira dos vizinhos e a mãe temia que a adolescente fosse morta. Desesperada, ela só via dois destinos para a caçula: cadeia ou caixão.

O drama revelado em reportagens despertou a solidariedade e a garota ganhou o tratamento. Esta é a terceira vez que ela tenta se tratar, nas outras duas vezes fugiu. Agora, no lar das três mulheres, a mãe, esperançosa, sorri.

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