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Capital

No Residencial Mário Covas, oito a cada dez casas furtam energia

Houve confusão no local, mas ninguém foi preso. Os moradores afirmam que não foram avisados

Viviane Oliveira e Mariely Barros | 13/03/2023 10:28
Avenida foi tomada por funcionários da concessionária nesta manhã (Fotos: Henrique Kawaminami)
Avenida foi tomada por funcionários da concessionária nesta manhã (Fotos: Henrique Kawaminami)

Vinte e duas equipes da Energisa, com apoio da PM (Polícia Militar), fizeram operação de combate a “gatos”, ligações irregulares de energia elétrica, na manhã desta segunda-feira (13), na Avenida Osvaldo Aranha, na região do Jardim Canguru, no Residencial Mário Covas, em Campo Grande. Os moradores afirmam que não foram avisados com antecedência.

Segundo Denise Simões, representante da concessionária, a operação foi desencadeada após a reclamação de vários clientes da região informando que vinham tendo problemas relacionados aos “gatos” feitos pelos vizinhos, como por exemplo, a queima de eletrodomésticos. As ligações clandestinas de energia são prejudiciais aos próprios consumidores.

Conforme a empresa, parte das casas da rua é fruto de uma ocupação e cerca de 80% dos moradores têm energia de forma irregular. Durante a batida, houve confusão, mas ninguém foi preso. Os moradores disseram que não foram informados com antecedência sobre a ação.

Cerca de 30 técnicos da Energisa fizeram operação em bairro (Foto: Henrique Kawaminami)
Cerca de 30 técnicos da Energisa fizeram operação em bairro (Foto: Henrique Kawaminami)

Morador há 7 anos na redondeza, Reaci Pereira da Silva, de 48 anos, foi um dos que tiveram a energia cortada pela força-tarefa. Segundo ele, quando comprou a casa não sabia que se tratava de uma área de comodato. Embora tenha o documento de compra e venda do imóvel, ainda não conseguiu regularizar a situação da energia.

“Só consegui regularizar a água. A Defensoria Pública já fez ação aqui e tentou resolver o problema, mas não deu certo porque falta documentação. Vários moradores já reclamaram, mas nunca fizeram nada. A rua inteira é irregular e os moradores estão indignados. Até o presidente do bairro já tentou regularizar junto à prefeitura, mas sem sucesso”, contou.

O auxiliar de serralheiro Francismar Alves, de 44 anos, afirma que só não consegue regulamentar a situação quem não tem padrão. “Eu já regularizei a minha luz. A maioria aqui não quis desembolsar para não pagar o padrão. A Energisa já disse que não é responsável por fornecer o padrão, que deve ser comprado por terceiros. Quem não tem toda a documentação do imóvel tem que procurar a prefeitura para solucionar o problema”, alertou.

A empresa afirma que já havia notificado os moradores sobre as irregularidades.

Cabos que foram recolhidos pelos técnicos da Energisa (Foto: Henrique Kawaminami)
Cabos que foram recolhidos pelos técnicos da Energisa (Foto: Henrique Kawaminami)

Por nota, a Energisa informou que por se tratar de uma área irregular, a orientação é para os moradores entrarem em contato com a prefeitura.

Sobre casos de furto de energia, a concessionária informa que além de ser crime e gerar impacto nas tarifas de clientes regulares, as ligações clandestinas oferecem riscos à população já que podem ocasionar acidentes com choques elétricos, curtos-circuitos e incêndios, sobrecarregam e comprometem a confiabilidade da rede de distribuição de energia.

"Em valores, esse desvio do chamado “gato” representa cerca de R$ 35 milhões de prejuízos aos cofres públicos", segundo a nota. Denúncias sobre furto de energia podem ser feitas pelo número 0800 722 7272.

Em 2022, a empresa realizou 60 mil inspeções no Estado. Destas, em 10 mil foram constatadas irregularidades. Na Capital, foram  31,4 mil fiscalizações e identificados aproximadamente 934 alterações.

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