Nova tarifa do transporte ainda não tem previsão para vigorar
A nova tarifa do transporte coletivo de Campo Grande, no valor de R$ 2,70, ainda não tem previsão para começar a valer. Na próxima terça-feira (29), o prefeito Alcides Bernal (PP) irá encaminhar o projeto à Câmara Municipal. “Vou pedir votação em regime de urgência”, adiantou, nesta sexta-feira (25), em entrevista coletiva.
Ele informou ainda que a redução também valerá para circular nos ônibus executivos, conhecidos como “fresquinhos”. No entanto, não adiantou o preço da nova passagem. Hoje, a tarifa é de R$ 3,35 e a convencional custa R$ 2,75. “Vamos encaminhar a tabela completa junto com o projeto”, disse Bernal.
Para garantir a redução de R$ 2,75 para R$ 2,70, o prefeitura abrirá mão de cerca de R$ 8 milhões por ano, arrecadados por meio da alíquota de 5% do ISS (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza). “Vamos compensar de outras formas, como cobrando dívidas e multas em atraso”, frisou.
Para Bernal, o importante é que o “dinheiro ficará no bolso do trabalhador”. “Vamos fazer justiça social, hoje 22% da renda familiar é gasto com transporte”, enfatizou. Em setembro passado, a prefeitura arrecadou R$ 21,798 milhões com o ISS. Do total, R$ 681 mil vieram do imposto incidente no transporte coletivo. Por ano, o ISS gera receita de cerca de R$ 231 milhões.
Questionado se a redução da tarifa não prejudicará a qualidade do serviço, alvo de várias reclamações da população, o prefeito garantiu que a medida não irá interferir. “Pelo contrário, vamos intensificar a cobraça para a empresa cumprir tudo o que está previsto no contrato”, frisou.
Reação – O anúncio da redução do preço da passagem do transporte coletivo surge 10 dias depois de a Câmara Municipal instalar comissão processante, que poderá resultar na cassação do prefeito. Após a decisão, o PT, um dos únicos e principal aliado de Bernal, ameaçou deixar a base se algo não for feito para recuperar a articulação política.
Desde que assumiu, essa é a segunda vez que o prefeito reduziu o preço da passagem. Em julho, o valor caiu de R$ 2,85 para R$ 2,75. Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff (PT) isentou o transporte coletivo da cobrança de PIS e Cofins. No entanto, a redução só ocorreu após pressão popular e no dia da maior manifestação pelo passe livre e contra a corrupção, que levou 60 mil pessoas às ruas da Capital.