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Capital

"Nunca teve briga", afirma em júri acusado de matar esposa

Graziela Pinheiro Rubiano foi assassinada em abril de 2020 e corpo nunca foi encontrado

Dayene Paz e Bruna Marques | 11/02/2022 12:11
Rômulo é réu pelo crime de feminicídio. (Foto: Marcos Maluf)
Rômulo é réu pelo crime de feminicídio. (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo com provas que o incriminam, Rômulo Rodrigues Dias, de 34 anos, nega que tenha matado e escondido o corpo da esposa, Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, em abril de 2020, em Campo Grande. Depoimentos de amigas da vítima e investigação policial apontam para um relacionamento conturbado, mas segundo Rômulo, o casal vivia bem.

"A gente nunca teve briga, éramos amigos", disse ao responder as perguntas do advogado de defesa, Thiago Andrade Sirahata, que foi o único a questionar o réu durante o julgamento nesta sexta-feira (11). Isso porque, Thiago orientou que o cliente não respondesse aos questionamentos do juiz e nem da promotoria.

O depoimento de Rômulo foi confuso e não detalha sobre o relacionamento do casal, muito menos sobre o dia do desaparecimento. Ele contou que não estava mais casado com Graziela, apenas que moravam na mesma casa. Sendo assim, sabia que Graziela tinha outro relacionamento, negando que a seguiu para flagrar traição em motel, contrariando a apuração policial.

Na data em que Graziela sumiu, 5 de abril de 2020, Rômulo disse que saiu de casa para trabalhar e quando retornou, não a encontrou mais e que ela tinha levado roupas. Sobre marcas de sangue na casa e no carro, apontadas com luminol pela polícia, Rômulo justifica que a mulher machucou o tornozelo em casa. "Ela às vezes deitava no carro, deve ter encostado o pé", disse.

A defesa tentou utilizar estratégia de que a vítima costumava sumir, para justificar o desaparecimento no 5 de abril até então. Para isso, arrolou testemunhas de um processo envolvendo o ex-marido dela, que foi assassinado. Na época, Graziela teria se apossado de um dinheiro e fugiu da cidade, segundo as testemunhas ouvidas.

Já a acusação arrolou como testemunha um dos investigadores da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), que participou do caso e duas amigas de curso da vítima. Ouvidas no julgamento de hoje, confirmaram que Graziela contava que o relacionamento com Rômulo era conturbado. Também chegaram a ver hematomas no corpo da vítima.

Entenda - Rômulo está sendo julgado nesta sexta-feira pelo crime de feminicídio, ocorrido em abril de 2020, em Campo Grande. Ele é acusado de matar a esposa depois de descobrir uma traição e esconder o corpo, que nunca foi encontrado pela polícia.

Rômulo está preso desde a época dos fatos e nega o crime. No entanto, durante a investigação, a polícia encontrou mancha de sangue da vítima no carro usado por ele, atestada como compatível com o DNA de Grazi, a partir de amostra de sangue da filha dela. Na casa onde viviam, foi detectado vestígio de sangue, mas como o lugar foi lavado, não foi possível identificar de quem era o material genético.

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