Com recurso contra júri, réu por matar Grazi vai continuar atrás das grades
“Não se trata de preso que se encontra esquecido nos porões dos presídios”, diz juiz
Com prisão que já dura um ano e três meses, Rômulo Rodrigues Dias, 35 anos, vai seguir atrás das grades. Ele é acusado de matar e esconder o corpo da esposa Graziela Pinheiro Rubiano. A Justiça determinou que ele vá a júri popular, mas a defesa ainda tem recurso contra a decisão no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Na última sexta-feira (dia 16), o juiz Marcel Henry Batista de Arruda, em substituição legal na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, manteve a prisão do técnico de enfermagem.
A defesa apontou que Rômulo está há mais de um ano no cárcere, colaborou durante o processo e compareceu a todos os atos da ação. Segundo o magistrado, os autos têm trâmite regular e ainda não houve julgamento porque há recurso da defesa no STJ, conforme lhe é assegurado constitucionalmente.
“Assim, não se trata de preso que se encontra esquecido nos porões dos presídios ou delegacias de polícia sem a prática regular de atos processuais”, informa o juiz.
Ao negar a liberdade provisória, o magistrado também pondera a gravidade da acusação. “Os crimes de homicídio não podem ser vistos como qualquer outro crime para efeito de liberdade provisória, por exemplo, furto, estelionato, porte de arma, falsidade ideológica, uso de documento falso, receptação, etc, dada a gravidade que encerra em si, que dispensa maiores ou melhores argumentos adicionais”.
A vendedora Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, sumiu em abril do ano passado. O técnico de enfermagem nunca assumiu o crime, porém, para a investigação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) , Rômulo a matou depois de descobrir o relacionamento da esposa com um companheiro de trabalho do casal.
O casamento foi definido por pessoas próximas da vítima como tumultuado, a ponto de ele dopar a mulher para usar as digitais dela na liberação do celular, com objetivo de vasculhar o conteúdo.
Também foi encontrada mancha de sangue da vítima no carro usado por Rômulo, atestadas como compatíveis com o DNA de Graziela, a partir de amostra de sangue da filha dela.
Na casa onde viviam, foi detectado vestígio de sangue, mas como o lugar foi lavado, não foi possível identificar de quem era o material genético.