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Capital

Pais de bebê morto são soltos, mas não podem se aproximar dos outros filhos

Pais foram presos por homicídio culposo; polícia entendeu que eles foram negligentes à saúde da filha

Por Dayene Paz | 15/04/2025 11:13
Pais de bebê morto são soltos, mas não podem se aproximar dos outros filhos
Perícia e Polícia Civil em frente ao imóvel onde família mora. (Foto: Marcos Maluf)

A justiça concedeu liberdade aos pais da bebê de 10 meses que morreu na madrugada desta segunda-feira (14), em Campo Grande, por insuficiência respiratória. Eles foram presos por homicídio culposo, quando não há intenção de causar a morte. A polícia entendeu que os pais foram negligentes à saúde da filha, diagnosticada com bronquiolite, e poderiam ter evitado a morte da criança.

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A Justiça liberou os pais de uma bebê de 10 meses que morreu em Campo Grande, mas eles não podem se aproximar dos outros filhos, que estão em um abrigo. A bebê morreu de insuficiência respiratória, e os pais foram acusados de negligência, pois a criança tinha bronquiolite e não recebeu o tratamento adequado. A polícia encontrou a casa em condições insalubres, mas não há relatos de violência. A mãe já havia sido denunciada por condições insalubres em 2020. O caso segue sob investigação.

O alvará de soltura foi expedido na manhã desta terça-feira (15). No entanto, os pais não poderão se aproximar dos outros dois filhos, de 3 e 6 anos, que estão em um abrigo. A Polícia Civil pediu a medida protetiva, autorizada e determinada pela justiça. Sendo assim, os pais devem manter distância de 300 metros das crianças.

Entenda -  A polícia apurou que os pais socorreram a criança por volta de 5 horas de ontem, a princípio, já morta. Uma vizinha contou que a mãe saiu na frente do imóvel com o bebê nos braços. "Falou que não estava respirando e pediu moto Uber para ir nos bombeiros", conta a mulher que pediu para ter o nome preservado.

Conforme a assessoria do Corpo de Bombeiros, os militares prestaram o primeiro atendimento e acionaram o suporte avançado. Socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tentaram reanimar o bebê durante uma hora, mas a criança não resistiu.

O tenente da URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) observou hematomas no corpo da criança e, em contato com a delegada da Polícia Civil, recebeu a orientação de que a Polícia Militar levaria a mãe para esclarecimentos na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), enquanto o bebê deveria ser encaminhado à UPA Universitário para realização de perícia.

Dessa forma, a viatura da URSA fez o transporte do bebê até a unidade de saúde, onde a Polícia Civil daria continuidade aos trâmites legais. Vizinhos relataram à reportagem que a situação era "deplorável e insalubre" dentro da casa da família, situação confirmada pela polícia. Mas, os moradores da rua afirmaram não terem presenciado episódio de violência contra as crianças.

Negligência - Segundo informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a menina foi atendida pela primeira vez às 13h07 da sexta-feira na Unidade de Saúde da Família do Bairro Portal Caiobá. Onde foi avaliada e encaminhada para a UPA onde deu entrada às 15h01 com classificação de risco amarelo “casos que demandam atendimento em tempo oportuno, sem risco iminente de morte”.

Ela então foi atendida pelo médico às 15h08 e o diagnóstico foi de bronquiolite. Doze minutos depois recebeu medicação em leite de observação e passou por exame de raio-x. Ainda conforme a pasta, 18h57 houve uma reavaliação médica e o protocolo da medicação foi mantido. Porém, às 20h26 quando o médico passou para a terceira avaliação, perceberam que a família não estava mais na unidade de saúde. Ou seja, evadiram por conta própria, antes da conclusão do tratamento e sem a liberação médica.

Já na madrugada desta segunda-feira, a menina retornou para a UPA já morta. Laudo preliminar apontou que a causa da morte foi "insuficiência respiratória decorrente de broncopneumonia". Mais cedo, o delegado explicou à imprensa que a criança tinha alguns hematomas que seriam investigados, mas que nenhum deles era a causa da morte.

A reportagem apurou ainda que em 2020, a mãe já havia sido denunciada por viver com o menino de 6 anos em situação insalubre. No entanto, na época, a denúncia chegou apenas com o primeiro nome da mulher e o segundo da criança. O Conselho Tutelar chegou a tentar três visitas à família que nunca foi encontrada e depois a instituição foi informada que eles não moravam no endereço informado. Depois disso, não receberam mais nada.

Sobre as crianças estarem matriculadas em unidade escolar, o Conselho Tutelar não tem informações. Apenas o mais velho está em idade obrigatória para frequentar a escola, mas a situação ainda não foi apurada. O caso segue sendo acompanhado.

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