"O filho vai crescer sem o pai", diz tia de homem morto com facada pela esposa
Velório de Wellington Maris, de 23 anos, acontece neste domingo, em Campo Grande
"Tudo que ele queria na vida era ser pai e quando conseguiu ela fez isso. O filho vai crescer sem o pai". A frase é da camareira Gisele Barbosa, de 34 anos, tia de Wellington Maris Coxev, de 23 anos, assassinado com uma facada pela esposa, de 23 anos, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, na madrugada deste sábado (29).
A tia, que acompanha o velório neste domingo (30), lamenta a morte prematura do sobrinho, que deixou um filho de 10 meses. Ela afirma que desconhece a relação do casal, mas pede por justiça. "Espero que ela pague pelo que fez, porque não se faz com nenhum ser humano, independente de qualquer coisa. Deus quem dá a vida e é só ele que tem o direito de tirar. Eu sei da índole do meu sobrinho, agora ele descansou".
Gisele conta que a família ainda tenta entender o que ocorreu. "Meu sobrinho era uma ótima pessoa, não dá para entender porque ela fez isso com ele, só nós sabemos o que estamos passando. Não é fácil o que a mãe e o pai dele estão passando. Tenho que ser forte e dar suporte para a minha irmã, mas não é fácil", lamenta.
O caso - O casal estava bebendo na casa da sogra, foi embora de madrugada e começou a brigar. O filho do casal, de um ano, presenciou toda a cena. A mulher pegou uma faca de serra, correu e se trancou no banheiro. Em seguida, Wellington pegou uma faca maior para intimidar a esposa e fazê-la sair do cômodo.
Ele esperou do lado de fora do banheiro e disse que queria conversar com a autora. Depois passou a faca por baixo da porta, mas o objeto travou. A mulher contou à polícia que quando abriu a porta Wellington falou: “hoje é eu ou você”. Para se proteger, ela pegou a faca de serra e segurou na altura do peito, mas alega que o marido foi para cima e ela deu uma facada, que acertou na região do tórax.
Vizinhos foram chamados para tentar socorrer Wellington, que foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Nova Bahia, mas não resistiu e morreu no local.
De acordo com familiares da vítima, a mulher já tinha histórico de apontar facas para Wellington. A autora foi levada pela equipe do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil para DEPAC Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).
Três versões - A mulher apresentou três versões depois de ser presa pelo crime. A primeira é de que se defendeu porque ele estava com uma faca. A segunda é de que o esposo já chegou em casa esfaqueado e a terceira seria de que Wellington cometeu suicídio. A Polícia Civil prossegue com as investigações.