Oásis da logística, terminal de cargas empaca e fica para outubro de 2016
Iniciada em 2007, a obra do terminal planejado para dar um “up grade” na logística em Campo Grande teve o convênio prorrogado mais uma vez. Como não ficou pronto até este mês de outubro, o novo prazo é 26 de setembro de 2016. “É uma pena. Seria instrumento para vantagem competitiva da Capital e do Estado”, afirma o economista e consultor Paulo Ponzini.
O termo de prorrogação, publicado hoje no Diário Oficial da União, é o 18º aditivo do convênio entre o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) a prefeitura para construção do terminal intermodal de cargas .
Nos últimos anos, não faltaram promessas de conclusão. No ano passado, quando ganhou prazo até outubro de 2015, a prefeitura, à época na gestão de Gilmar Olarte (PP), informou que lançaria uma nova licitação. O investimento seria de R$ 2 milhões.
Em agosto de 2013, na primeira etapa da administração de Alcides Bernal (PP), a Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação) estimava o custo para conclusão em R$ 3 milhões.
Na contramão do poder público, o economista afirma que o local deveria ter prioridade. “É muito viável e fundamental para o desenvolvimento da cidade, seria muto bom para a gente. Espaço muito importante para a logística”, afirma Ponzini.
A organização do local ajuda a diminuir custos por ter vários modais de transporte, com rodovia na frente, ferrovia atrás e próximo ao aeroporto. “Os empresários ficavam deslumbrados. Isso me ajudava muito na atração de investimentos”, conta o economista, que comandou a Agência de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande, já extinta.
Segundo ele, a geografia plana enchia os olhos dos empresários, principalmente dos habituados aos morros da região Sul do País. “A localização é excelente, tem tudo para dá certo. Foi o primeiro investimento do Dnit em terminal intermodal de cargas”, salienta Ponzini.
O empreendimento fica localizado às margens do anel rodoviário de Campo Grande, no trecho entre a BR-163, saída para São Paulo, e a BR-060, saída para Sidrolândia. A intenção era transformar a cidade em um entreposto, facilitando o escoamento dos produtos para os mercados externos. Entretanto, ao menos o modal ferroviário já não é mais o mesmo. O transporte por trem está suspenso à espera de novos investimentos.
Parada - A obra está parada desde 2012 e já recebeu R$ 17 milhões. A construção começou em setembro de 2007. No ano seguinte, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou a suspensão dos trabalhos por problema de execução.
Após dez meses, a obra foi retomada em outubro de 2009. Tendo nova suspensão em 2012, após a empresa responsável pedir recuperação judicial.
Ainda em 2012, a prefeitura habilitou um consórcio poderá explorar o terminal intermodal por três décadas. A concorrência para a outorga onerosa foi vencida pela JBENS Participações Ltda (empresa líder) e Cotia Armazéns Gerais, que formam a Park X.
Porto Seco – Parte do terminal foi reservada para receber um Porto Seco. De acordo com o economista Paulo Ponzini, trata-se de uma área alfandegada, só instalada com anuência da Receita Federal. O projeto é autorizado quando o órgão atesta a viabilidade econômico-financeira.
“O tratamento tributário é diferente na área isolada. A maioria dos tributos é suspensa. A única coisa que está pagando é a estocagem. Imagina, uma empresa de tecnologia que traz coisas da China, Coréia conseguir desembaraçar a mercadoria aqui e não no porto”, salienta.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que não há prazo para conclusão do terminal intermodal de cargas e que a instalação da alfândega depende da Receita Federal. A reportagem não conseguiu contato com a Park X.