Onda de roubos causa medo e pavor em moradores de residencial de luxo
Pelo nome você deve imaginar que possa ser um lugar pacífico, onde a tranquilidade e a paz reinam. Mas a realidade é bem diferente para quem vive no residencial Morada dos Deuses, criado há pouco mais de 4 anos na Vila Nasser, em Campo Grande. Sem muros de proteção, cheio de terrenos baldios e mato alto, o local deserto se tornou alvo de ladrões.
Somente na Rua São Felipe, duas casas equipadas com cerca elétrica e alarme foram furtadas em plena luz do dia. Em umas delas, o bandidos levaram R$ 10 mil em produtos eletrônicos e joias. “Eu e meu marido estávamos trabalhando quando eles estouraram o miolo do portão e da porta e entraram em casa. Levaram televisores, talões de cheque, roupas e joias”, contou a bancária Vanessa Cristina Ratti, 29 anos.
O susto foi grande para a moradora que teve complicações na gravidez. “Nossa fiquei muito nervosa quando cheguei em casa e vi tudo revirado. Minha pressão subiu e tive que ficar em casa durante uma semana. Foi aí que piorei porque fica imaginando que eles pudessem voltar e me encontrar sozinha dentro de casa e fazer algo de ruim. A gente fica refém do medo”, comentou Cristina.
Neste caso, a família registrou o boletim de ocorrência. A polícia compareceu ao local, colheu digitais dos ladrões que ficaram nos móveis, mas ainda não os identificaram. Cristina e o marido tiveram que pagar um guarda particular para fazer a segurança da casa.
Na mesma rua, residência da dona de casa Adair Flores, 62 anos, também foi furtada. Os ladrões levaram quatro televisores que estavam no interior de um dos cômodos
Adair suspeita de como os bandidos agem. “Acredito que eles primeiro ficam observando o movimento de moto. Depois eles voltam em veículos, porque não tem como a pessoa levar televisões pesadas em cima de uma moto. É impossível”, mencionou.
Nem mesmo o container de aço com três grandes cadeados com equipamentos de construção civil foi suficiente para conter os ladrões. O mestre de obras Cícero Luiz da Silva, 48, teve R$ 2,5 mil de prejuízos ao ter a betoneira furtada.
“Com certeza que eles vieram em uma caminhonete e bem equipados para conseguir arrombar essa container. Fora o prejuízo tive o transtorno de comprar um novo equipamento para trabalhar”, comentou Cícero.
A empresária Driele Borges Dutra, 29, atribui os crimes à falta de estrutura do bairro. “É cheio de terrenos baldios, não tem iluminação e não tem policiamento. Um prato cheio para quem quer agir de má intenção”, finalizou.
O comandante da Polícia Militar, Deusdete Souza de Oliveira Filho, informou que uma força tarefa esta sendo realizada para retirar os criminosos de circulação. Um levantamento sobre os inquéritos está sendo feito e mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na região do Guanandi II para tirar prende alguns indivíduos. O comandante afirmou ainda que mais 122 policiais vão ser contratados para atuar em Campo Grande.