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Capital

Operação apreende Porsche e Mustang em chácara de casal

A operação foi deflagrada nesta terça-feira em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados brasileiros

Dayene Paz e Bruna Marques | 14/02/2023 10:50
Mercedes-Benz C 300, um dos carros apreendidos durante a operação. (Foto: Dracco/Divulgação)
Mercedes-Benz C 300, um dos carros apreendidos durante a operação. (Foto: Dracco/Divulgação)

A Polícia Civil e a Receita Federal do Brasil apreenderam, em Campo Grande, vários carros de luxo na chácara de um casal investigado na Operação Alumidas, deflagrada nesta terça-feira (14) contra sonegação de impostos. Entre os veículos estão Porsche, Mustang, Mercedes, Land Rover e Dodge Ram. Todos serão encaminhados para a sede do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

A operação foi deflagrada nesta terça-feira (14) em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados brasileiros, onde são cumpridos 27 mandados de busca e apreensão. O alvo é uma organização criminosa suspeita de sonegar impostos no ramo da reciclagem de alumínio. Parte do grupo já foi investigado na Operação Blindagem Metálica por sonegar R$ 4 bilhões em cinco anos. Desta vez, o montante ultrapassa R$ 500 milhões.

Em coletiva de imprensa nesta manhã, a delegada Ana Cláudia Medina explicou que são 11 mandados em MS (Sete em Campo Grande, três em Paranaíba e um em Sete Quedas), 13 mandados em São Paulo, 1 no Rio de Janeiro, 1 em Belém do Pará e 1 em Belo Horizonte. A investigação, segundo Medina, apontou que a empresa está sediada em Paranaíba e é composta por núcleo familiar, pai e filho, residentes em Campinas (SP), onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão hoje.

Da direita para a esquerda, delegada Medina, Roberto Gurgel, diretor geral da Polícia Civil, e servidores da Receita Federal (Foto: Marcos Maluf)
Da direita para a esquerda, delegada Medina, Roberto Gurgel, diretor geral da Polícia Civil, e servidores da Receita Federal (Foto: Marcos Maluf)

"Eles contavam com apenas dois funcionários nessa empresa, um na função de diretor e outro encarregador fiscal, para dar andamento em toda fraude", explica. Antes, as negociações se davam através de um contador, contratado por pai e filho, já conhecido no meio policial. "Já condenado nesse tipo de operação fraudulenta".

Em abril de 2021, ele foi recapturado pelo Dracco, segundo Medina, quando já encabeçava a fraude para a construção de empresas laranjas: "buscava pessoas para fazer parte dessas empresas de fachada". "Eles recrutavam pessoas que não tinham capacidade financeira para que pudessem figurar como proprietária de empresa, também se utilizavam de ex-presidiários e pessoas que eram beneficiadas de programas sociais para aferir lucro indevido", explica.

Depois da prisão desse contador, os donos da empresa em Paranaíba precisaram se reorganizar. "Trouxe um casal, residente na Capital, para fazer a função desse contador. Assumiram esse papel, fazendo recrutamento e buscando empresas de fachada. Depois, buscaram novo contador, que trabalhava apenas para ser o organizador do esquema", afirma. Em Minas Gerais havia uma empresa de assessoria contábil que era responsável por ensinar os membros da organização de como agir no esquema. "Era quem dava os parâmetros e diretrizes para que essa fraude conseguisse ser concretizada".

Servidor da Receita Federal em local alvo da operação (Foto: Henrique Kawaminami)
Servidor da Receita Federal em local alvo da operação (Foto: Henrique Kawaminami)

Além disso, a polícia constatou na operação de hoje que as empresas abertas em outros estados eram apenas de fachada. Na empresa do RJ, de 'apoio administrativo', foram encontradas diversas transações com a de Paranaíba. "Hoje identificamos que era de fachada. Lá foi encontrado apenas um crachá, sequer tinha computadores ou pessoas ali servindo. Em Belém do Pará, em uma empresa de instalação e manutenções elétricas, sequer havia estabelecimento", pontua.

Em São Paulo, a ação foi mais complexa, porque é o estado onde moram os sócios-proprietários da empresa, que também foram alvos de busca e apreensão. "Constatamos patrimônio de alto valor, um enriquecimento ilícito", pondera Medina. Também foram encontrados documentações de empresas que eram as que abriam e fechavam nesse esquema. "Iriam sendo destruídas". Segundo o delegado-geral, Roberto Gurgel Filho, houve bloqueio de bens dos investigados, mas os valores não foram informados.

"Para o ressarcimento do erário. Sem a arrecadação não se tem nenhum tipo de investimento, quando uma empresa ou uma pessoa física sonega um imposto, na verdade ela está se beneficiando do sacrifício de toda a sociedade, o prejuízo acaba sendo coletivo", afirma.

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