Operação contra o tráfico de drogas e o PCC prende 6 pessoas na Capital
Ação envolveu abordagens em três bairros de Campo Grande entre quarta e quinta-feira; suspeita é de que presos têm envolvimento com facção criminosa
Equipes da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) realizaram entre quarta-feira (17) e quinta (18) a Operação Progresso, que levou à prisão de seis pessoas por tráfico de drogas em Campo Grande e suspeita de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) –fato negado pelos suspeitos em depoimento. Um adolescente também foi apreendido em ação que descobriu, ainda, um depósito de entorpecentes dentro de uma favela da cidade.
“Progresso”, segundo o delegado Gustavo Ferrari, é o termo usado pelo PCC para indicar “quem vai para a rua fazer a correria de drogas”. Embora tenham sido apresentados seis presos na ação, as investigações continuam.
A primeira prisão ocorreu por volta das 13h40 de quarta-feira. Walter Mendes Lázaro Júnior, 42, e Renan Costa Alves, 25, foram flagrados na Rua Porto Rico, no São Jorge da Lagoa –sul da Capital– dentro de um VW Fox com cinco tabletes de maconha, que pesaram 4,4 kg no total. A polícia recebeu denúncia sobre entregas de drogas na região, quando chegou aos suspeitos.
O automóvel teria sido abordado no momento em que uma das entregas seriam realizadas. Walter disse à polícia que o entorpecente pertencia ao padrasto, que morreu há cerca de dez dias, e que pretendia vender as drogas a fim de se livrar das mesmas. Já Renan disse não saber que havia drogas no carro –que estariam sob seus pés. Apesar dos relatos, a dupla já era investigada pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) por suspeita de participação em roubos e troca de produtos por drogas em Bela Vista (a 322 km da Capital).
Segundo caso – No fim da tarde de quarta, mais duas pessoas foram presas, agora no Jardim Novo Século. Vanderson dos Santos Araújo, 27, e Daiana Fernanda Cidoia Amorim, 21, estavam em uma residência na Rua General Paulo Abrantes, quando foram abordados em meio a investigações sobre a distribuição de drogas no bairro.
Vanderson era considerado foragido do sistema prisional –ele cumpria pena de 14 anos por homicídio, ganhando progressão para o semiaberto, mas era procurado desde fevereiro– e suspeito de praticar o tráfico na região. Abordado, ele chegou a mentir sobre sua identidade, mas logo confessou a existência do mandado de prisão.
No imóvel, foram encontradas duas televisões com procedência não comprovada, porções de maconha e de pasta-base de cocaína, além de R$ 125. Daiana negou envolvimento,mas acabou presa porque algumas porções da droga estavam escondidas em um colete seu no guarda-roupas.
“Mocó” – Na manhã desta quinta-feira, equipes da Denar foram à favela do bairro Mário Covas, onde prenderam Domingos de Lima, 56, e Ancelmo Ferreira da Silva, 37, além de descobrirem um depósito que seria usado para esconder grandes quantidades de droga. Nele, porém, foram encontradas apenas algumas porções de entorpecentes e munições.
A casa onde a dupla morava serviria como boca de fumo e ponto de distribuição de drogas. O “mocó” seria um tambor enterrado no quintal do imóvel. Nele, foram encontrados 132 porções de maconha já embalada para venda, quatro tabletes da droga, um papelote de cocaína e munições –33 de calibre 38 e três de calibre 28, além de um carregador de arma .380.
Durante o atendimento à ocorrência, os policiais notaram um adolescente de 16 anos que se apresentava nervoso. Com ele, foram encontradas 15 porções de pasta-base de cocaína e duas de maconha. Ao se verificarem registros sobre o garoto, descobriu-se que ele já havia sido apreendido três vezes apenas neste ano por ato infracional equivalente ao tráfico de drogas. Ele foi encaminhado à Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).
Segundo o delegado, apesar de as investigações apontarem o envolvimento dos seis presos com o PCC, todos negaram em depoimento participação na facção criminosa.