Operação no Centro de Triagem flagrou celulares e drogas nas celas
Agentes penitenciários ouvidos pelo Campo Grande News revelaram que foram apreendidos celulares e até drogas foram flagrados com os detentos ou escondidos nas celas em operação desencandeada na manhã desta sexta-feira (16) no Centro de Triagem Anízio Lima, no Jardim Noroeste (zona leste da Capital).
Os trabalhos no local aconteceram por cerca de três horas e meia e foram organizados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público junto com policiais militares do Batalhão de Choque.
Foi a segunda vez nesta semana que os promotores do Gaeco atuaram no sistema penitenciário de Campo Grande. Na segunda-feira (12), a Operação Chip foi deflagrada no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) para apurar crimes de corrupção, peculato, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Na ocasião, três pessoas foram detidas, entre elas um servidor da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).
Nesta manhã, pelo menos 25 homens atuaram na operação, com seis viaturas, sendo do Batalhão de Choque, Polícia Militar e carros descaracterizados do Gaeco. Até mesmo cães farejadores foram utilizados.
A reportagem apurou que o objetivo dos trabalhos era minar a atuação de integrantes de facções criminosas no local, sem vínculos com apuração de corrupção por parte dos servidores. Todas as celas do local foram revistadas.
A assessoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul não revelou o total de material que foi apreendido e disse que não informaria mais detalhes dos trabalhos. Procurada, a Polícia Militar também não se manifestou.
Últimas operações - Na última segunda-feira, na casa do agente penitenciário Cleiton Paulino de Souza, preso na Operação Chip, os agentes encontraram 23 celulares, alguns embalados e prontos para serem entregues no presídio, além de uma balança de precisão e R$ 8,6 mil em dinheiro. Também foram apreendidos, durante buscas no presídio, celulares, carregadores, fones de ouvido, chips, maconha, cocaína e alimentos, que eram comercializados de maneira irregular no estabelecimento penal.
Um dia depois, na terça-feira (13), a Polícia Federal desencadeou a Operação Cerberus para investigar organização criminosa especializada em contrabando de armas. Os investigados, segundo a PF, planejavam resgatar o preso Tiago Vinícius Vieira, 31 anos, interno do Presidio de Segurança Máxima e matar agentes penitenciários.
Na cela de Tiago foi encontrado celular. O grupo que ajudaria na fuga, sendo três homens e uma mulher, foram presos na região sul da Capital com armas, carros, coletes a prova de balas e dinheiro.