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Capital

Paciente com síndrome ligada ao zika é transferido para o São Julião

Natalia Yahn | 30/03/2016 07:20

Após 37 dias internado no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, um dos cinco pacientes diagnosticados com Síndrome de Guillain-Barré – que pode ter ligação com o zika vírus – este ano na unidade, foi transferido para o Hospital São Julião, no sábado (26).

A Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), responsável pela administração do HU, informou que o paciente foi encaminhado para reabilitação, pois ainda apresenta dificuldades de locomoção. A internação no São Julião, que é referência neste tipo de tratamento, foi necessária para que o paciente se recupere totalmente até receber alta.

O paciente, que não teve nome e idade divulgados, foi internado no dia 16 de fevereiro – quando já apresentava os sintomas da doença há oito dias – e só foi encaminhado para o CTI (Centro de Terapia Intensiva) no dia 1º de março, após esperar 15 dias por uma vaga. No dia 11 de março ele deixou e foi encaminhado para o pronto atendimento onde sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas não teve sequelas por conta do problema cardíaco. A Ebserh não divulgou se o paciente teve confirmação de dengue ou zika vírus.

Ainda de acordo com a Ebserh cinco pacientes com a síndrome foram atendidos este ano no HU, o que foi transferido no sábado era o quarto deles e o único que continua internado.

O quinto paciente diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, internado este ano no HU, recebeu alta no dia 11 de março. O homem foi internado no dia 4 de março no pronto socorro do hospital, respirava normalmente, em nenhum momento precisou de ajuda de aparelhos e por isso foi transferido para o setor da clínica médica.

O HU indicou a transferência dele para o Hospital São Julião, referência no atendimento na Capital, pois o paciente ainda apresentava paralisia na face. Porém o homem recusou a internação e por apresentar bom estado de saúde foi liberado.

Outros casos – A Ebserh informou que os outros três pacientes que foram internados no HU com Síndrome de Guillain-Barré, um homem já recebeu alta e os outros dois, um homem e uma mulher, foram transferidos para o hospital São Julião para reabilitação por apresentarem quadro estável.

Nenhum deles teve a identidade revelada pelo hospital, mas o Campo Grande News apurou que no dia 4 de fevereiro havia sido confirmada a internação de uma mulher de Paranaíba, a 422 quilômetros da Capital. Ela foi internada no município no dia 2 de fevereiro, com a síndrome. Na época, a mulher foi identificada como Janecler Nunes da Silva, 33 anos e segundo familiares, ela começou a apresentar os sintomas 15 dias de sua internação, como febre e dores nas articulações.

No dia 29 de janeiro, o quadro se agravou e ela já não conseguiu mais trabalhar. Dois dias depois, teve dormência na perna e caiu durante o banho por fraqueza. No dia 1º de fevereiro, já não sentia mãos e pés. A paciente também apresentou vermelhidão e foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), no dia 3 de fevereiro, às 20h, quando já estava na Capital. Até agora apenas dois dos cinco pacientes internados no HU, tiveram a síndrome associadas à dengue.

O que é – A Síndrome de Guillain-Barré é uma síndrome neurológica que apresenta como sinais clínicos a perda de força, sensibilidade e reflexo de padrão rapidamente evolutivo. Isso ocorre devido a reação autoimune aguda a um processo infeccioso na qual os anticorpos criados pelo corpo para combater o organismo infectante terminam por atacar os nervos levando aos sinais clássicos da doença.

As principais causas de Guillain-Barré são infecções intestinais em sua maioria causada por Enterovírus (vírus que causa diarreia) ou pelo Campylobacter jejum (bactéria que também causa diarreia). Ela também vem sendo associada ao zika vírus.

O tempo médio de evolução entre o início da infecção e o surgimento dos sintomas é de aproximadamente 10 a 15 dias no geral. Um bom exemplo seria a infecção causada pela dengue. Assim como outras síndromes virais, a dengue também gera reação imune que pode levar ao quadro da Síndrome Guillain-Barré.

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