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Capital

Paciente ilustre, maníaco já custou 279 mil, bloqueia leitos e vira celebridade

Aline dos Santos | 05/07/2013 11:29
Dionathan está há 62 dias em hospital de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Dionathan está há 62 dias em hospital de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

Os 62 dias de permanência de Dionathan Celestrino, o Maníaco da Cruz, na Santa Casa de Campo Grande já custaram R$ 279 mil. A estadia do paciente também atrai curiosos, em busca de uma foto do jovem que ficou conhecido por matar três pessoas em Rio Brilhante e deixar os corpos em formato de cruz. Ele deu entrada no hospital no dia 3 de maio e desde o dia 23 do mesmo mês teve alta médica, mas depende de ordem judicial para deixar o local.

Para recebê-lo o hospital isolou três leitos no quinto andar. Levando em consideração que cada um equivale a custo diário de R$ 1.500, a internação do jovem custa R$ 4.500 por dia, além de privar os pacientes de três leitos no hospital.
Presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, afirma que estadia do paciente “excêntrico” atrai pessoas que tentam tirar foto.

De acordo cm o diretor-técnico da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura, não há o que fazer. “Estamos refém da falta de iniciativa. A Sejusp [Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública] diz que está buscando uma clínica fora do Estado que possa recebê-lo e mantê-lo", diz.

No mês passado, o procurador-geral do Estado, Rafael Coldibelli Francisco, afirmou que a Justiça busca vaga na unidade experimental de saúde da Vila Maria, em São Paulo. O local é conhecido como a Guantanámo brasileira, em alusão à prisão mantida pelos Estados Unidos em Cuba.

A unidade foi criada em 2006 e o primeiro atendido foi Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha. A exemplo do maníaco, ele cometeu crimes quando era menor de idade e foi interditado judicialmente. Em 2003, Champinha matou o casal Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé.

Dionathan teve alta médica alta por não ser considerado um doente mental. O laudo médico sugere que ele vá para um hospital de custódia, longe do convívio com a sociedade. O maníaco foi para a Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã em 2008. Em 2011, conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ele deveria ser posto em liberdade por ter cumprindo o tempo máximo de pena: três anos.

Neste meio-tempo, veio a interdição e ordem para internação compulsória em hospital psiquiátrico. O governo não encontrou local que o recebesse e o maníaco permaneceu na Unei até março deste ano, quando fugiu.

Ele foi localizado no dia 29 de abril na cidade paraguaia de Horqueta. Extraditado, permaneceu numa delegacia de Ponta Porã até o dia primeiro de maio. Nesta data, após um incidente com disparo de arma de fogo na cela onde estava, veio para a 7ª delegacia de Campo Grande. Depois, foi internado na Santa Casa.

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