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Capital

Justiça quer maníaco fora da Santa Casa e caso volta à estaca zero

Aline dos Santos | 20/06/2013 09:25
Dionathan teve alta no dia 23 de maio. (Foto: Marcos Ermínio)
Dionathan teve alta no dia 23 de maio. (Foto: Marcos Ermínio)

O governo do Estado faz rodada de reuniões nesta quinta-feira em busca de um local para Dionathan Celestrino, de 21 anos, o Maníaco da Cruz. Mais uma vez, a Justiça decidiu que ele deve ficar em “local adequado”, portanto deve sair da Santa Casa de Campo Grande. De acordo com o procurador-geral do Estado, Rafael Coldibelli Francisco, o assunto será discutido na manhã de hoje com as secretarias de Saúde e Justiça e Segurança Pública. “Vamos chegar a uma decisão”, afirma.

No dia 23 de maio, um laudo deu alta para o jovem, por não considerá-lo doente mental. O mesmo documento, enviado ao juiz da 1ª Vara Cível de Ponta Porã, Adriano da Rosa Bastos, indica que ele deve ficar em um hospital de custódia, longe do convívio social.

Dionathan está na Santa Casa desde 3 de maio e a sua internação, que isolou uma enfermaria destinada a três pacientes, custa R$ 4.500 por dia. “Quem tem que ficar no hospital? Doentes que precisem de cuidado. Ele não precisa ficar internado, não tem remédio para ele”, afirma o psiquiatra Luiz Salvador Miranda de Sá Júnior, que fez o laudo.

Presidente da Associação de Psiquiatria de Mato Grosso do Sul, o médico Kleber Francisco Meneghel Vargas explica que, diferente do senso comum, a psiquiatria faz distinção entre doente mental e psicopata.

Em tese, Kleber Vargas avalia que o maníaco tem transtorno de personalidade antissocial grave. “É o indivíduo que não consegue respeitar normas, leis sociais, não consegue se colocar no lugar dos outros. Sabe o que está fazendo errado, mas não se importa”, explica, sobre o comportamento de um psicopata.

O maníaco foi para a Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã em 2008, após três assassinatos em Rio Brilhante. As vítimas eram sempre deixadas em formato de cruz. Em 2011, conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ele deveria ser posto em liberdade por ter cumprindo o tempo máximo de pena: três anos.

Neste meio-tempo, veio a interdição e ordem para internação compulsória em hospital psiquiátrico. O governo não encontrou local que o recebesse e o maníaco permaneceu na Unei até março deste ano, quando fugiu.

Ele foi localizado no dia 29 de abril na cidade paraguaia de Horqueta. Extraditado, permaneceu numa delegacia de Ponta Porã até o dia primeiro de maio. Nesta data, após um incidente com disparo de arma de fogo na cela onde estava, veio para a 7ª delegacia de Campo Grande. Depois, foi internado na Santa Casa.

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