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Capital

Pacientes denunciam de próprio punho situação precária da Clínica Carandá

Caso foi levado ao MP em julho do ano passado e agora, sem resposta do estabelecimento, foi aberto inquérito

Por Lucia Morel | 03/02/2025 09:09
Pacientes denunciam de próprio punho situação precária da Clínica Carandá
Carta de pacientes endereçada ao MP no ano passado. (Foto: Reprodução)

Sem alvará sanitário desde 2022 e funcionando com interdição parcial, a Clínica Carandá está sendo investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul através da 43ª Promotoria de Justiça do Consumidor. A medida foi tomada depois que pacientes, de próprio punho, escreveram carta ao MP e pediram providências.

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A Clínica Carandá, em Campo Grande, está sendo investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul após denúncias de pacientes sobre falta de médicos, enfermeiros e medicamentos, além de insegurança no tratamento. A clínica opera sem alvará sanitário desde 2022 e com interdição parcial devido a irregularidades recorrentes. A Vigilância Sanitária constatou a ausência de materiais básicos para emergências e de quantidades mínimas de alimentos. Embora alguns problemas tenham sido corrigidos, a clínica ainda enfrenta processos trabalhistas e judiciais por falta de pagamento a funcionários e fornecedores. O MP deu 10 dias para a clínica apresentar informações sobre a situação.

No pedido, eles afirmam que faltam médicos, enfermeiros e medicamentos, além de que há insegurança no tratamento. A carta é de julho do ano passado e, depois disso, a Vigilância Sanitária Estadual inspecionou o local mais uma vez - há verificações sucessivas desde 2022 - e constatou irregularidades recorrentes que não são solucionadas ao longo dos anos.

“Em relação às condições de funcionamento, diante das constatações feitas em inspeções sanitárias realizadas desde março de 2022, a instituição vem sendo sistematicamente notificada a sanar as não conformidades pontuadas em Relatórios Técnicos de Inspeção”, cita a vigilância em relatório que manteve a interdição parcial, limitando o número de internações a 40 pacientes. Atualmente, há liberação para 60, mas a capacidade do prédio é de 100.

Entre os problemas críticos não sanados estão a ausência de materiais mínimos para situações de emergências, como seringas, tubos orotraqueais, máscaras e medicamentos, bem como ausência de quantidades mínimas necessárias de alimentos.

Pacientes denunciam de próprio punho situação precária da Clínica Carandá
Complexo onde funciona a clínica é gigantesco, mas precário. (Foto: Divulgação)

Um dos problemas corrigidos em setembro do ano passado foi o de ambiente inseguro aos pacientes. Conforme relatório da Vigilância, até julho do ano passado, os quartos mantinham “diversas condições de risco em sua estrutura física”, mas na constatação seguinte, foi identificado que “no momento da inspeção, havia pacientes internados somente no térreo e todos os quartos possuíam telas ou grades nas janelas e os quartos com banheiras estavam lacrados para não acomodar pacientes”.

No dia 17 de setembro do ano passado, outra inspeção foi feita após correções informadas pelo hospital. Nela, de seis incorreções, quatro foram solucionadas e com isso, a Vigilância permitiu que de 40, o número de internados passasse a ser 60. Na semana passada, houve princípio de incêndio na clínica e a suspeita era de que pacientes teriam ateado fogo em um dos quartos, o que não foi confirmado.

No último dia 29 de janeiro, a 43ª Promotoria encaminhou notificação à Clínica Carandá sobre a instauração do inquérito civil, dando dez dias úteis para que o estabelecimento encaminhe “subsídios e documentos que entender pertinentes” sobre a situação. Antes disso, em novembro do ano passado, já havia sido solicitada manifestação do responsável pelo local - psiquiatra Paulo Márcio Bacha - mas não houve resposta ao MP.

Na Justiça, a clínica responde a diversos processos trabalhistas por falta de pagamento no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região e no caso dos médicos contratados como Pessoa Jurídica, os questionamentos são feitos na Justiça Estadual. Há ainda diversos processos judiciais em que fornecedores cobram por serviços e produtos não pagos.

A reportagem entrou em contato com a clínica através de todos os telefones disponíveis na internet, mas nenhuma ligação completou.

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