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Capital

Pais largam empregos para "viver" em hospital e cuidar da filha de 28 anos

Eles estão no local há 46 dias e tentam conseguir aparelho para levá-la para casa

Cassia Modena | 08/08/2023 12:56

A vida de Jéssika Camargo Vargas, que teve toxoplasmose e foi diagnosticada com paralisia cerebral no primeiro ano da infância, é um bem precioso que os pais Don Camargo e Márcia dos Santos Camargo não querem perder. Tanto que, há 46 dias, eles estão acampados dentro dos próprios carros no estacionamento do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), em Campo Grande, onde ela está internada.

Atualmente, Jéssika tem 28 anos e é totalmente dependente de cuidados. "Sendo muito bem cuidada desde que nasceu", garante o pai. Sempre teve acesso ao que precisou em casa, mas acabou internada, pela primeira vez, para tratar de uma pneumonia aguda que evoluiu para um derrame pleural, popularmente conhecido como "água no pulmão".

"O chão se abriu", define Don, ao saber que a filha teria que ser intubada, sedada e submetida a uma traqueostomia no final do mês de junho. A partir daí, ele e a esposa decidiram ficar o mais próximo que pudessem de Jéssika.

"Deixamos nossos empregos para ficar no hospital. No estacionamento, não temos lugar para tomar banho, comer e enfrentamos sol e chuva. Mas queremos ficar plenamente ao lado dela", afirma o pai. "É nossa maior necessidade", acrescenta.

Ele trabalhava como projetista industrial e ela como técnica de enfermagem. "A gente consegue se manter por um tempo. As contas que forem ficando, nós deixamos para depois. O importante é a vida dela, nosso bem precioso", declara Don. Eles têm outros quatro filhos.

Aparelho - Decididos a levá-la para casa, especialmente após ela contrair infecções hospitalares, os dois precisam de um ventilador mecânico para Jéssika respirar artificialmente sem precisar ficar no hospital. Conforme pesquisou o pai, o aparelho custa cerca de R$ 60 mil.

Nesta terça-feira (8) à tarde, vão à Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul protocolar pedido de custeio ao Estado. "É uma coisa que não está prevista, o Estado não fornece se não houver pedido. Vamos tentar conseguir mediante ação judicial", explica o pai.

Assim, a filha poderá ser cuidada onde sempre esteve e se sente bem. "Em casa é o melhor lugar para ela estar. Como sempre foi", defende Don.

Apelo - O pai e a mãe também pedem para quem tiver o aparelho em casa, sem uso, que faça a doação dele para Jéssika. O nome é Philips Health Care | Trilogy.

O número para entrar em contato e doar o aparelho é (67) 99134-5535.

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