Para ter gratificações de volta, médicos suspendem greve nesta terça
Mesmo insatisfeitos com alguns pontos da proposta feita pela prefeitura, médicos da rede municipal de saúde decidiram suspender a greve e retomarão o atendimento ao público nesta terça-feira (11). Segundo o SindMed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), cerca de 200 profissionais participaram de assembleia nesta noite. Anteriormente, a entidade havia estimado presença de 300 pessoas.
O presidente do sindicato, Valdir Shigueiro Siroma, diz que a categoria “foi sensível” ao apelo da população e por isso decidiu aceitar o retorno às atividades sob a condição de receberem os adicionais cortados pelo município, inclusive os retroativos.
Porém, segundo ele, foi motivo de impasse durante a reunião a falta de uma proposta de reajuste salarial que corrija a inflação e contenha percentual de ganho real.
A categoria, contudo, ainda está em “estado de greve”. Isso significa que se a prefeitura não cumprir com o que foi acordado, os médicos podem voltar a fazer uma paralisação na quarta-feira. Por hora, na tentativa de recuperar o tempo perdido, os servidores irão reagendar as consultas desmarcadas em função do movimento.
Custos - O retorno do pagamento do benefício, que custa de R$ 900 mil a R$ 1,2 milhão por mês à Sesau, foi definido em reunião com o MPT (Ministério Público do Trabalho), MPE (Ministério Público Estadual), prefeitura e SindMed/MS (Sindicato dos Médicos), realizada na última sexta-feira.
De acordo com o titular da Sesau, Jamal Salém, a volta das gratificações - que junto com a falta de reajuste foi estopim para greve deflagrada no último dia 6 – seria possível mediante cortes em cargos comissionados e contratados. “Vou ter reunião com o pessoal do RH e financeiro para ver de onde vai tirar. Tira de uma fonte e coloca na outra. Não é dinheiro novo”, afirma.
O acordo de sexta-feira também resultou no aumento do efetivo nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e postos de saúde 24 horas, que atendem urgência e emergência. A escala de médicos trabalhando aumentou de 30% para 50%.
“Foi uma conquista para todos os lados. Acredito que a assembleia vai aprovar a proposta e amanhã a greve acaba de vez”, diz o secretário.