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Capital

Sesau fará mais cortes para atender médicos e greve pode acabar hoje

Aline dos Santos | 11/05/2015 09:11
Médicos farão assembleia hoje para decidirem sobre futuro de greve.(Foto: Marcos Ermínio)
Médicos farão assembleia hoje para decidirem sobre futuro de greve.(Foto: Marcos Ermínio)

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai remanejar recursos, provavelmente com corte de comissionados e contratados, para bancar as gratificações dos médicos, que fazem assembleia hoje à noite e podem decidir pelo fim da greve em Campo Grande.

O retorno do pagamento do benefício, que custa de R$ 900 mil a R$ 1,2 milhão por mês à Sesau, foi definido em reunião com o MPT (Ministério Público do Trabalho), MPE (Ministério Público Estadual), prefeitura e SindMed/MS (Sindicato dos Médicos), realizada na última sexta-feira.

De acordo com o titular da Sesau, Jamal Salém, a volta das gratificações - que junto com a falta de reajuste foi estopim para greve deflagrada no último dia 6 – seria possível mediante cortes em cargos comissionados e contratados. “Vou ter reunião com o pessoal do RH e financeiro para ver de onde vai tirar. Tira de uma fonte e coloca na outra. Não é dinheiro novo”, afirma .

O acordo de sexta-feira também resultou no aumento do efetivo nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e postos de saúde 24 horas, que atendem urgência e emergência. A escala de médicos trabalhando aumentou de 30% para 50%.

“Foi uma conquista para todos os lados. Acredito que a assembleia vai aprovar a proposta e amanhã a greve acaba de vez”, diz o secretário.

Segundo a assessoria de imprensa do SindMed, o Ministério Público considerou a greve legal. A assembleia da categoria será às 19h desta segunda-feira, na sede do sindicato. A paralisação acontece desde quarta-feira e penaliza ainda mais os pacientes.

As consultas foram suspensas nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família). Já nas UPAs e centros regionais de saúde 24 horas, a espera é longa para os casos que não se classificam em urgência e emergência.

No CEM (Centro de Especialidades Médicas), cerca de 900 procedimentos, entre consultas e exames, deixaram de ser feitos por dia. A prefeitura acionou a Justiça, mas ainda não houve decisão sobre a legalidade da greve. A administração estadual divulgou que há medico com remuneração de R$ 42,5 mil por mês.

Por outro lado, profissionais relatam que os vencimentos caíram pela metade entre os meses de março e abril devido ao corte das gratificações.

De acordo com a secretaria de Administração, o município tem 1.200 médicos na rede e a folha da Saúde corresponde a R$ 36 milhões. Conforme o SinMed/MS (Sindicato dos Médicos), são 1.400 profissionais.

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