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Capital

Com greve de médicos, usuários esperam até por 7h e desistem de atendimento

Alan Diógenes | 08/05/2015 19:24
Com suspeita de dengue, Constância percorreu dois postos de saúde sem conseguir atendimento. (Foto: Fernando Antunes)
Com suspeita de dengue, Constância percorreu dois postos de saúde sem conseguir atendimento. (Foto: Fernando Antunes)

A greve dos médicos preocupa cada vez mais quem precisa de atendimento. Em alguns postos de saúde de Campo Grande a demora chega a 7 horas e muitas pessoas acabam retornando para a casa sem consulta. A rede pública municipal de saúde prossegue priorizando somente urgências e emergências na rede 24 horas.

A estoquista Constância Carolina Martinez, 25 anos, desistiu de esperar no posto de saúde da Vila Almeida e decidiu ir à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário. “Lá eu cheguei as 8h e até as 15h ainda não tinha sido atendida. Ninguém dava informação. Com muita dor no corpo, febre e com suspeita de dengue decidi procurar outra unidade. Se os médicos estão em greve, a prefeitura deveria colocar um pessoal de reserva para atender a população”, comentou.

Mas, o problema é que ela encontrou a mesma situação na UPA do Universitário. Por lá, as amigas Ana Paula Barbosa, 25, e Viviane Pereira da Silva,22, esperavam por mais de 7 horas para serem atendidas. “É um absurdo porque chegamos com suspeita de dengue. Dizem que só atendem casos graves, mas tem gente que chega morrendo aqui e eles não fazem absolutamente nada”, destacou Ana Paula.

“Nos disseram que só havia um médico, tudo mentira porque vimos três médicos diferentes passando, mas eles não querem atender. A gente só passou pela triagem e estamos até agora sem atendimento médico. Os funcionários do posto só ficam olhando para a gente e não sabem dizer nada”, mencionou Viviane.

Viviane disse que existem médicos nos postos de saúde, mas eles não querem atender. (Foto: Fernando Antunes)
Viviane disse que existem médicos nos postos de saúde, mas eles não querem atender. (Foto: Fernando Antunes)
Renato falou que muitas pessoas desistiram do atendimento e foram embora. (Foto: Fernando Antunes)
Renato falou que muitas pessoas desistiram do atendimento e foram embora. (Foto: Fernando Antunes)

O aposentado Oralício Gonçalves, 78, chegou ao posto às 10h com dores nas articulações e febre, mas até as 17h ainda não tinha sido atendido. “Estamos sem respostas e já perdi a esperança. Avisaram que só tem um médico”, salientou.

O cabeleireiro Renato Melo, 24, que também foi procurar atendimento médico, afirmou que das 7h que ficou no local viu muita gente indo embora. “O pessoal vai vendo que está demorando, lê o aviso de greve na porta e acaba desistindo do atendimento. O jeito é morrer em casa mesmo”, finalizou.

Entramos em contato com o secretário de Saúde, Jamal Salem, para saber como está sendo o atendimento nos postos de saúde e se há previsão para o término da greve dos médicos, mas as ligações não foram atendidas na noite desta sexta-feira (8).

A rede pública municipal de saúde prossegue priorizando urgências e emergências na rede 24 horas. (Foto: Fernando Antunes)
A rede pública municipal de saúde prossegue priorizando urgências e emergências na rede 24 horas. (Foto: Fernando Antunes)
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