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Capital

Paralisação de assistentes por salários fecha creches na Capital

Cerca de 100 funcionárias de Emeis protestam e esperam ser ouvidas em frente à prefeitura

Por Cassia Modena e Antonio Bispo | 05/03/2024 09:02


Cerca de 100 assistentes de educação infantil que trabalham nas Emeis (Escola Municipal de Educação Infantil) de Campo Grande fazem paralisação nesta terça-feira (5) e estão protestando em frente à prefeitura, revoltadas com o não cumprimento de promessa feita a elas quanto ao salário da categoria.

Por causa disso, alunos estão sendo dispensados das creches municipais. Conforme apurou a reportagem, tiveram que fechar as portas, por exemplo, a Emei Eloedes Estavan, que fica bem ao lado da prefeitura; a Emei Emy Ishida Nascimento Nogueira, localizada na Rua Antônio Maria Coelho; e a Emei Sandra Mara Gobbo, que atende crianças do Bairro Caiobá.

Apenas a representante das assistentes, Natali Pereira, falou com a imprensa no início do protesto, já que as demais temem perder os empregos caso sejam expostas. Segundo ela explicou, há mais funcionárias participando da paralisação. Algumas chegaram a ir para as Emeis, mas não estão fazendo suas atividades.

Cerca de 100 funcionárias de Emeis protestam em frente à prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
Cerca de 100 funcionárias de Emeis protestam em frente à prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

Promessa de diálogo - De acordo com Natali, há assistentes recebendo menos de R$ 1 mil. A categoria negociou, em fevereiro, que a prefeitura as receberia 15 dias após o Carnaval para discutir a proposta de subir o salário base da categoria de R$ 1,5 mil para R$ 2,5 mil, por 40 horas semanais trabalhadas. A promessa foi feita pelo secretário municipal de Governo, João Rocha, relata a representante.

O acordo foi feito quando as assistentes realizaram outra manifestação por melhores salários e o fim do desvio de função. "Somos coagidas pelos diretores fazer atividades que não cabem a nós, e ainda temos que ensinar o trabalho às assistentes menos experientes que são contratadas", falou.

Outra reclamação é terem descontos nos salários quando precisam ficar em casa para cuidar dos próprios filhos, se estão doentes. "É como se fosse falta e tem desconto no mês seguinte", alega Natali.

O protesto de hoje começou a ser organizado enquanto circulava, ontem, num grupo de WhatsApp das assistentes, que a prefeitura lançaria hoje um edital de novo processo seletivo com oferta de salário de R$ 1,9 mil, abaixo do que quer e sem consultar categoria.

Protestantes estão em frente à prefeitura, mas ameaçam ir à pé até a Câmara  (Foto: Henrique Kawaminami)
Protestantes estão em frente à prefeitura, mas ameaçam ir à pé até a Câmara (Foto: Henrique Kawaminami)

"Lançaram 'nas nossas costas'. A prefeitura publicou edital do novo processo seletivo com aumento que não esperávamos e nem concordamos", falou Natali.

O edital do processo seletivo foi mesmo publicado hoje no Diário Oficial de Campo Grande, prevendo o salário citado por Natali e 1.578 vagas. O contrato é válido por 12 meses.

Paralisação pode continuar - As assistentes gritaram, em frente à prefeitura: "Prefeita, cadê você? Eu vim aqui só para te ver". Mas elas foram recebidas por um funcionário, que ouviu suas reivindicações. Elas aguardam serem chamadas para uma conversa.

"Caso não recebam a gente, vamos caminhar até a Câmara Municipal para falar com os vereadores. Se não nos ouvirem, vamos paralisar de novo amanhã", ameaça Natali.

O Campo Grande News questionou a Semed (Secretaria Municipal de Educação) quantas Emeis foram afetadas e o que será feito com relação às paralisações, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.

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