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Capital

Pecuarista cancela doação milionária para obra do Hospital do Câncer

Marta Ferreira | 01/03/2011 15:17

Um ano depois de ter sido anunciada a doação de R$ 15 milhões pelo pecuarista Antônio Moraes dos Santos para a construção de um novo prédio do Hospital do Câncer Doutor Alfredo Abrão, em Campo Grande, o benfeitor divulgou hoje que não vai mais doar o dinheiro, em razão de uma série de problemas que já haviam sido externados por ele anteriormente.

A decisão de Antônio Moraes vem quando a obra já está em andamento, com as fundações prontas, e uma despesa de R$ 1,7 milhão já contratada. Ele garante que vai pagar essa despesa, mas que os valores prometidos para o hospital serão destinados a outra obra.

O pecuarista afirma, em nota divulgada na imprensa, que desistiu de fazer a doação, porque a Fundação Carmem Prudente, que administra o hospital, não foi capaz de se comprometer a atender as exigências feitas por ele. A principal exigência foi a garantia de que o prédio não pudesse ser usado para outra finalidade, nem vendido ou penhorado.

Como se trata de uma fundação, foi preciso o parecer do MPE (Ministério Público Estadual) e, mesmo sem o conhecimento do teor do parecer, Antônio Moraes já teria sido informado de que o entendimento foi negativo quanto ao cumprimento das exigências impostas por ele.

Na nota divulgada hoje, o pecuarista afirma que a instituição deveria ter se certificado com antecedência da possibilidade de cumprir com as exigências.

Insatisfação-Em agosto do ano passado, Antônio Morais já havia

sinalizado descontentamento com o andamento do processo para a construção do hospital, e divulgou nota informando que mantinha a doação, mas não estaria mais à frente da construção do hospital.

Ao informar hoje o cancelamento da doação, ele afirma que a intenção era iniciar as obras do hospital em janeiro de 2011, de acordo com o termo de doação, “que só veio a se concretizar 9 meses após a primeira manifestação de assim o fazê-lo”.

O pecuarista salienta que, mesmo havendo pendências de documentação por parte da fundação, as obras foram iniciadas em dezembro do ano passado, e, com dois meses de atraso, em fevereiro, foram iniciadas as tratativas pela Fundação para regularizar a documentação.

Sem a comprovação de que suas exigências podem ser atendidas, o benfeitor decidiu destinar os recursos a outra obra social.

Ele encerra o texto dizendo que o “montante que foi por nós separado para a doação que pretendíamos realizar, jamais encontrará, em nossas contas correntes, qualquer amparo ou aconchego, pois é decidido que nós realizaremos este sonho de outra forma, pois caro para nós é, mais do que tudo, que seja efetivado”.

Outro lado- No hospital, a informação é que os conselheiros da Fundação Carmem Prudente estão reunidos tratando do assunto e devem se manifestar ainda hoje.

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