Pedacinho da Bolívia em MS celebra tradições nos 199 anos de independência
Festa em Praça do Rádio Clube atraiu apaixonados por cultura e gastronomia do país vizinho
Quando Simon Bolívar proclamou independência da Bolívia, há 199 anos, não imaginava que a conquista seria celebrada pelos povos dos países vizinhos. A conquista contra o domínio espanhol, no dia 6 de agosto de 1825, foi comemorada neste domingo (4), na Praça do Rádio em Campo Grande.
No local, famílias brasileiras e bolivianas se reuniram para celebrar a cultura e tradição dos descendentes de Bolívar. "Esses momentos de apresentação é um resgate da nossa cultura. Também é um momento em que nos encontramos, porque moramos longe um do outro. É o momento mais importante do ano para a nossa comunidade", disse Lúcio Calisay, 35 anos, mora em CG há 10 anos e apresentou uma dança tradicional chamada pujllay.
Estima-se que cerca de 300 mil bolivianos vivam no Brasil. Sendo que parte desses, 8 mil estão em Mato Grosso do Sul. Orlando Trupo, 41 anos, presidente do centro cultural boliviano e organizador do evento ressaltou que esta é a terceira edição da feira.
“A primeira eram apenas 3 barracas, de três famílias, hoje já são 60 expositores, sendo 16 famílias bolivianas, mas tem brasileiros e paraguaios. Se tornou um momento de integração cultural”, pontuou.
Outro boliviano que mora em Campo Grande há 20 anos, o empresário do setor têxtil, Adan Condori, 40 anos, reforçou a importância do evento. “Mudamos de país, mas temos raízes a serem preservadas. Festas de celebração a nossa cultura é uma forma de mostrar para aos nossos filhos essas raízes, as tradições bolivianas, que não podemos esquecer. Meus filhos nasceram no Brasil, já estão na faculdade brasileira, mas suas raízes são bolivianas”.
Para a artesã, Ivete Leme, 75 anos, o evento é uma oportunidade de vender seus acessórios de inverno, mesmo sendo brasileira. "Aprendemos muito nessas feiras de integração e valorização cultural. Entendemos a forma que eles vivem e enxergam mundo. Conhecemos as comidas e até às diferentes realidades", destacou.
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