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Capital

“Pensei que fosse morrer”, diz idoso que foi sequestrado e deixado amarrado

Os bandidos fugiram levando Fiat Toro, notebooks, celulares e R$ 150 em dinheiro

Viviane Oliveira e Mariely Barros | 27/12/2022 11:28
Professor contando os momentos de terror que viveu nas mãos dos criminosos (Foto: Henrique Kawaminami)
Professor contando os momentos de terror que viveu nas mãos dos criminosos (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu quis e quero viver, então não provoquei. Fiquei quieto. Fiz o que me pediram para fazer”, disse o professor de 60 anos que foi sequestrado na noite de ontem (26), em propriedade rural de Campo Grande, na região da MS-010. Ele foi amarrado, teve o carro Fiat Toro roubado por bandidos armados e deixado na região da estrada da Gameleira.

Na manhã desta terça-feira (27), a vítima recebeu a equipe de reportagem em casa e contou os momentos de terror que viveu nas mãos dos criminosos. Segundo ele, em alguns momentos pensou que iria morrer e era agredido com tapas no rosto.

Tudo começou quando o professor ficou sem energia, do nada, por volta das 19h. “Desligaram o padrão, saí aqui fora para ligar e eles me pegaram. Colocaram a faca no meu queixo e o revólver no meu ouvido. Fui levado para dentro da casa e me trancaram no banheiro. Arrebentaram tudo o que eu tenho”, afirmou.

Segundo o idoso, no momento em que os bandidos entraram na casa, ele estava sozinho, porque a esposa havia ido visitar o filho na cidade. “Ainda bem. Se ela tivesse aqui, ia ficar apavorada. No começo eu tentei falar com eles [os bandidos], mas me pediram para ficar quieto. Levei tapa pra ficar de cabeça baixa. Percebi que se ficasse quieto, conseguiria viver”, contou.

Vítima mostra os punhos que foram amarrados pelos suspeitos durante o crime (Foto: Henrique Kawaminami)
Vítima mostra os punhos que foram amarrados pelos suspeitos durante o crime (Foto: Henrique Kawaminami)

Após entrarem na casa e revirarem tudo, os bandidos amarraram o idoso, o colocaram na Fiat Toro e passaram a andar por várias ruas da cidade. “Depois me deixaram na Gameleira. Fiquei amarrado lá esse tempo todo. Enquanto eles negociavam com um terceiro, provavelmente a venda do carro. Foi nessa negociação que eu achava que ia morrer. Um falava assim: ‘apaga ele’, enquanto que o outro comparsa dizia: 'não, ele colaborou com a gente'”.

O professor relatou que no momento do cárcere apenas pensava nos filhos e conseguiu ter calma e paciência para não se desesperar. “Pediram para eu caminhar até um trilho, sem olhar para trás. Fui caminhando e me desamarrando. Consegui chegar num posto de gasolina e pedir socorro. Eles ligaram para a polícia”, contou. Além da Fiat Toro, os bandidos levaram notebooks, celulares e R$ 150.

O professor acredita que já estava sendo vigiado pelos bandidos, pois na região há 110 chácaras. “Essa foi a primeira vez que aconteceu isso, com ameaça de morte. Infelizmente foi comigo. Os vizinhos estão sendo solidários”.

Apesar do fato ocorrido ontem, a vítima disse que não pretende sair da propriedade. “Vou continuar aqui, do mesmo jeito, trabalhando, porque o que eles tinham que levar, já levaram. Eles queriam a Fiat Toro e esperaram escurecer para fazer a abordagem. Eles [os criminosos] falaram que esse era o serviço deles. O meu foi dar aula durante 35 anos", destacou.

Segundo o relato da vítima à polícia, o bandido que conduziu o carro era alto, moreno, com olhos grandes e sotaque nordestino. Ele usava blusa preta, calça jeans, tênis e luvas descartáveis. O outro aparentava ser mais novo, era baixo, magro e moreno. Até o fechamento deste texto, os bandidos não haviam sido localizados, nem o carro encontrado.

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