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Capital

Pequena Lavínia é mais uma vida encerrada por drama no atendimento a cardiopatas

Bebê esperou nove meses por cirurgia, depois lutou por vaga na UTI, mas não resistiu e morreu nesta sexta

Por Lucas Mamédio | 14/09/2024 08:48
Pequena Lavínia internada na Santa Casa à espera da UTI (Foto: Reprodução)
Pequena Lavínia internada na Santa Casa à espera da UTI (Foto: Reprodução)

Mais um bebê cardiopata morreu em meio à busca por tratamento adequado em Campo Grande. A pequena Lavínia Eduarda Rodrigues, de 1 ano e que estava internada na Santa Casa, não resistiu e faleceu na sexta-feira (13) após realizar a cirurgia que esperou por mais de nove meses.

O Campo Grande News acompanha há meses a busca por cirurgias e tratamento para crianças com cardiopatia no Estado. Inclusive, no dia 4 de setembro, a família de Lavínia e um grupo de mães se reuniram em frente à Santa Casa da Capital pedindo “nova chance” para ela, que havia passado por cirurgia cardíaca, mas contraiu infecção e foi colocada sob cuidados paliativos, sem manutenção em UTI. Ela era mantida no pronto-socorro, com traqueostomia e, segundo as mães, sofreu duas paradas cardíacas.

Na ocasião, a mãe da bebê, Kessilen Sandy, relatou que esperava há 9 meses pela cirurgia, com um vai e volta de internações. A internação que levou à cirurgia durou quatro meses. Ela contou que houve marcações e desmarcações, não tendo sido enquadrada como emergencial.

No dia seguinte ao protesto, a Lavínia conseguiu ser transferida para UTI, ficou na unidade até esta sexta, quando faleceu. Para a mãe, os adiamentos acabaram por agravar o quadro da bebê.

Mais mortes - O drama da falta de vagas para cirurgias ficou evidente no ano passado. A reportagem acompanhou pelo menos dois casos de mortes de bebês.  Um dos episódios levou à morte de Caleb, filho da enfermeira Gabrielle Montalvão, que transformou a perda em ativismo. Ela encabeçou a criação do instituto Um Só Coração, que reúne cerca de 70 mães, que levaram a situação ao Ministério Público. A promotoria do caso cobra um plano da Santa Casa, que é credenciada pelo SUS como serviço referência, e da Prefeitura de Campo Grande.

Kessilen e a imagem da bebê no celular: sofrimento e esperança pela recuperação da filha (Henrique Kawaminami)
Kessilen e a imagem da bebê no celular: sofrimento e esperança pela recuperação da filha (Henrique Kawaminami)

O Campo Grande News tentou contato com a Santa Casa na manhã deste sábado (14), mas até o momento não conseguiu. Porém, por ocasião do protesto no dia 4, em nota, o diretor técnico do hospital William Leite Lemos explica que nos últimos dias, devido à patologia da paciente ser muito grave, o quadro clínico da bebê foi evoluindo e foram necessárias  diversas medicações e inspirou cada vez mais cuidados.

"É preciso reafirmar que todos esses cuidados foram e estão sendo oferecidos em todos os momentos; todos os relatos do prontuário sobre o estado de saúde da paciente são comunicados à família. É muito importante ressaltar que em nenhum momento a paciente e a família foram desassistidas".

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