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Capital

Perícia leva 3 horas para chegar a local de tragédia com duas mortes

Enquanto os peritos não chegavam para fazer os registros, bombeiros e PMs faziam o isolamento da área e famílias sofriam

Anahi Zurutuza, Bruna Marques e Ana Paula Chuva | 04/02/2021 12:45
Delegado Nilson Friedrich (de camisa cor de vinho), peritos e bombeiro no local do acidente (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado Nilson Friedrich (de camisa cor de vinho), peritos e bombeiro no local do acidente (Foto: Henrique Kawaminami)

A perícia levou 3 horas para chegar a local de acidente com duas mortes na Avenida Guaicurus. Enquanto os peritos não chegavam para fazer os registros necessários, equipes do Corpo de Bombeiros e da PM (Polícia Militar) faziam o isolamento da área e famílias das vítimas sofriam debaixo de chuva.

A colisão entre um VW Gol e um Renault Scènic, no cruzamento da Marginal Bálsamo com a Guaicurus, na região do Bairro Cohab, na saída para São Paulo, em Campo Grande, aconteceu  por volta das 9h e a perícia só chegou ao local por volta das 12h.

É que a manhã foi marcada por tragédias. Peritos acompanhavam o delegado Lucas Caires, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada), em outro acidente fatal, no macroanel viário, próximo ao aterro sanitário de Campo Grande.

Para a Guaicurus, foi o delegado Nilson Friedrich, da 4ª DP (Delegacia de Polícia), diante da emergência. O caso, porém, será registrado na Depac do Cepol. Os peritos enviados foram direto trabalhar nos levantamentos e não quiseram falar com a reportagem.

Demanda - Recentemente, em entrevista ao Campo Grande News, o presidente do Sinpof/MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses), Renato Oliveira, comentou das dificuldades do trabalho dos peritos. A matéria era sobre a falta de equipamentos para extrair dados de celulares apreendidos, informações importantes para investigações.

Renato afirmou que a situação não se resolve somente com a chegada de novos aparelhos, mas é preciso repor o quadro de peritos. “Faltam mais de 200 peritos. O ideal seria 330, mas atualmente temos 111”, afirmou sobre a carga de trabalho dos profissionais no Estado.

No chão, filha de Jair chora a morte repentina do pai (Foto: Henrique Kawaminami)
No chão, filha de Jair chora a morte repentina do pai (Foto: Henrique Kawaminami)

O acidente – A colisão envolvendo dois carros de passeio terminou com a morte de Jair Fernandes, no dia do aniversário dele de 49 anos, e de Mauro Jorge Pereira Nantes, de 54 anos Jair dirigia Scènic e Mauro era passageiro. Os amigos iam ao supermercado.

Além da violência do acidente, a história é como trecho dramático de novela. Antes de ser socorrido com ferimentos leves, o motorista do Gol, que provocou a colisão, relatou que ele e a namorada fugiam do ex-marido dela, quando invadiram a preferencial e atingiram o carro onde Jair e Mário estavam. Depois de ver a gravidade da cena, a mulher pegou carona com o ex e fugiu do local.

Destruição de veículos dão dimensão de violência da colisão (Foto: Henrique Kawaminami)
Destruição de veículos dão dimensão de violência da colisão (Foto: Henrique Kawaminami)


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