Pesquisadores criam caixa corta-fogo para evitar incêndios no Pantanal
Objetivo é mapear áreas mais atingidas do bioma e ajudar ribeirinhos a incinerar lixo de maneira segura
Para evitar a propagação de incêndios na região pantaneira, pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) desenvolveram uma caixa corta-fogo. O objetivo é mapear locais mais atingidos e ajudar as comunidades que não possuem coleta de resíduos a incinerar o lixo doméstico de maneira segura, evitando a propagação do fogo. A prática de queimada desordenada no dia a dia das comunidades ribeirinhas é realizada em diversos lugares no bioma.
O projeto surgiu no Cpan (Laboratório de Dinâmicas Espaciais do Câmpus do Pantanal). De acordo com a professora e responsável pela pesquisa, Ana Carolina Faccin, o estudo de pesquisa-ação começou a ser desenvolvido há pouco tempo.
“Em resumo, a ideia é selecionar áreas habitadas afetadas por incêndios florestais recorrentes no município de Corumbá e distribuir ou construir unidades de caixas incineradoras de lixo doméstico, a fim de evitar a queima descontrolada no cotidiano dessas comunidades pantaneiras.”
A pesquisa foi selecionada no edital Mulheres na Ciência Sul-Mato-Grossense, da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul). O projeto tem um prazo de até dois anos para ser implementado.
Conforme a pesquisadora, controlar o tipo de queimada doméstica será benéfico para prevenir incêndios florestais potenciais em uma região que já enfrenta secas históricas, como na bacia do Rio Paraguai e falta generalizada de água em áreas habitadas.
Nalvo Franco de Almeida Júnior, diretor científico da fundação, destaca que a iniciativa não apenas contribuem com o avanço do conhecimento para a comunidade específica, como para toda população.
“Projetos de pesquisa como o da professora também têm um impacto social direto nas comunidades, demonstrando de forma clara a responsabilidade da academia em relação ao bem público. Isso é fazer tecnologia social.”
Incêndios - Como já publicado pelo Campo Grande News, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul extinguiu 12 grandes incêndios florestais no Estado, especialmente no Pantanal, entre janeiro e outubro deste ano. O número foi divulgado pela tenente-coronel Tatiane Inoue, também chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado, e coordenadora da Operação Pantanal neste ano.
Os números exatos de queimadas em novembro ainda estão sendo apurados. O que já se sabe é que o mês registrou número bem maior de focos de calor no Pantanal em comparação ao mesmo período do ano passado. Plataformas que recebem informação via satélite mostraram que foram 62 em 2022 e cerca de 1,4 mil em 2023, apenas em novembro.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foram 3 mil focos de incêndio apenas nos primeiros 15 dias do mês passado.
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