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Capital

Plano de fuga na Máxima tinha dois meses, entregam comparsas de trio

Segundo agentes penitenciários, presos estudaram rota e fugiram por locais com iluminação fraca e pontos inativos de vigilância

Rafael Ribeiro | 22/05/2017 10:51
Policiais militares na porta da Máxima: circunstâncias de fuga serão apuradas pela direção da Agepen (Foto: Arquivo)
Policiais militares na porta da Máxima: circunstâncias de fuga serão apuradas pela direção da Agepen (Foto: Arquivo)

Os comparsas dos três detentos que fugiram na madrugada desta segunda-feira (22) do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande revelaram aos agentes penitenciários que há pelo menos dois meses o plano de fuga era traçado pelos acusados que dividiam a mesma cela, a 116, do Pavilhão 1-B do local, com 14 presos ao todo.

Dois detentos já foram ouvidos para a apuração interna iniciada pela Agepen (Agência Estadual da Administração Penitenciária). Eles ajudaram os três fugitivos a serrar parte das grades e ter acesso ao pátio externo, mas desistiram de completar a fuga com o trio, que pulou o muro com a ajuda de uma ‘teresa’, corda artesanal feita com lençóis e roupas amarrados um ao outro.

“A Agepen já iniciou a apuração dos fatos. Abrimos trabalhos de apuração interna e contamos com o apoio da Polícia Militar para que os fugitivos sejam capturados o mais rápido possível”, disse Aud de Oliveira Chaves, diretor-presidente da Agência.

O planejamento dos fugitivos mostrou ser eficaz. O trio passou por espaço onde estão três torres de vigilância atualmente inativas e cuja iluminação é escassa. Assim que o alarme foi acionado, um dos agentes chegou a realizar um disparo de alerta, mas não conseguiu inibir os detentos.


“Vamos apurar as condições e o que de fato aconteceu”, prometeu o diretor-presidente da Agepen, ao Campo Grande News por telefone.


Até agora, a polícia diz não haver vínculos entre a fuga e suposto confronto entre facções criminosas no local. O pavilhão onde ocorreu os fatos é considerado calmo, assim como o histórico dos fugitivos.

O mais velho deles é o zelador de prédios Anderson de Oliveira, 32 anos. Preso por roubo em junho de 2010, mostrava-se em recuperação ampla: concluiu um curso de panificação oferecido pela Agepen e trabalhava há cinco anos nas cozinhas do sistema carcerário.

Para a polícia, as investigações iniciais mostram que ele pode ter sido o mentor e as buscas se concentram no bairro onde foi criado, o Tiradentes, na região oeste, pela proximidade com o presídio.


Afinal, os outros dois fugitivos não possuem raízes tão definidas. O mecânico Alisson Augusto Correia, 22, é um exemplo. De Várzea Grande (MT), foi preso em junho do ano passado vendendo dinheiro falsificado na região central e, segundo a polícia, ‘Magrão’, como é conhecido, só tem nos criminosos as amizades na Capital.


O último dos fujões também é iniciante. Sivalter da Silva Rodrigues, 19, está preso desde fevereiro por falsa acusação de crime, falso testemunho em juízo e também por plantar falsas provas processuais.


Até a conclusão dessa reportagem, nenhum dos três havia sido recuperado. Os batalhões especializados da PM, Choque e Bope, seguiam realizando buscas.

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