PM cumpre papel, mas noite na 14 de Julho não vai retroceder, diz prefeita
Tem sido crescente a insatisfação por parte de empresários, que consideram a atuação da PM desproporcional
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), ressaltou, em entrevista ao Campo Grande News, a "importância do trabalho preventivo" da Polícia Militar na Rua 14 de Julho, bem como avaliou que o movimento dos comerciantes e público na região não terá retrocesso, por isso entende que ainda é necessário achar um “equilíbrio” entre as partes envolvidas.
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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, defendeu a atuação preventiva da Polícia Militar na Rua 14 de Julho, reconhecendo a necessidade de equilíbrio entre a segurança e o desenvolvimento econômico da região. Apesar da crescente insatisfação de comerciantes e frequentadores com a atuação policial, incluindo um incidente envolvendo uma deputada federal, a prefeita afirma que a rua continuará sendo um espaço de lazer e que a regularização das atividades comerciais será prioridade em 2024, buscando o diálogo entre todos os envolvidos para encontrar uma solução que concilie os diferentes interesses.
“A polícia trabalha preventivamente e depois ostensivamente. É um trabalho necessário para que as regras sejam cumpridas. Agora, tudo aquilo que foge do combinado acaba trazendo transtornos para um lado”, afirmou.
A prefeita chegou a destacar a importância da Rua 14 de Julho como espaço de lazer e convivência para a população de Campo Grande e diz não ver chance de cenário mudar. “Antes, diziam que a cidade não tinha onde ir, e agora temos um espaço para os jovens e para as famílias. Mas isso precisa ser feito de forma que todos sejam atendidos – empresários, moradores e frequentadores.”
Tem sido crescente a insatisfação por parte de frequentadores e empresários, que consideram a atuação da polícia desproporcional. A Rua 14 de Julho, que em outubro foi até fechada pela prefeitura em uma tentativa de incentivo à atividade comercial, viu o cenário mudar em dezembro.
O mês começou com ações de fechamento de bares pela PM, culminando em um episódio mais grave na madrugada deste domingo (22), quando a deputada federal Camila Jara (PT) se envolveu em um atrito com policiais. Jara acusou a PM de truculência e perseguição a comerciantes e clientes, além de relatar que teve uma arma apontada para seu rosto. A Polícia Militar negou as acusações e afirmou que a deputada terá que provar suas alegações.
Segundo Lopes, a regularização das atividades comerciais na área será uma prioridade em 2024. “Os empresários precisam estar documentados, com licenças para abrir seus estabelecimentos normalmente, sem cobranças indevidas ou conflitos com os fiscais da prefeitura. Esse é o maior desafio para o próximo ano, mas estamos certos de que é possível avançar com diálogo”, afirmou.
Lopes reforçou que sua administração busca mediar os interesses de todos os envolvidos. “Nós iniciamos com o diálogo, tanto com os empresários quanto com os moradores. A partir desse ponto, estamos buscando um equilíbrio. Fechamos a rua por um período, o que trouxe um público muito grande e causou transtornos, então tivemos que recuar. Mas nada foi feito à revelia, tudo foi combinado. Testamos modelos e, se não funcionaram, ajustamos”, explicou a prefeita.
Sobre o papel da polícia, Lopes reconheceu sua relevância no processo, mas apontou a necessidade de alinhamento com as demais partes envolvidas. “A polícia tem feito a fiscalização e atuado preventivamente. O trabalho é necessário para manter as regras, mas, quando algo foge do equilíbrio, surgem os transtornos. Por isso, é tão importante o diálogo entre todas as partes”, concluiu.
Para ela, a Rua 14 de Julho continuará sendo um tema sensível para a gestão municipal, exigindo conciliação de interesses diversos. A busca por soluções que conciliem o desenvolvimento econômico da área com a preservação da convivência pacífica será um dos desafios centrais para 2025.
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