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Capital

PM que atirou em rapaz na frente de tabacaria diz que agiu para se defender

Policial se apresentou à polícia; rapaz continua internado em estado grave

Dayene Paz | 19/09/2022 10:40
Francisco em uma das fotos postadas nas redes sociais. (Foto: Facebook)
Francisco em uma das fotos postadas nas redes sociais. (Foto: Facebook)

O homem que atirou contra Francisco Pereira dos Santos Neto, de 24 anos, na frente de uma tabacaria localizada na Avenida Ernesto Geisel, no Bairro Amambaí, em Campo Grande, é um policial militar. Ele se apresentou à polícia cinco dias depois do crime, na sexta-feira (16), acompanhado de advogado, alegando ter agido em legítima defesa.

Ao delegado Giuliano Biaccio, da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, o policial militar negou que era segurança da tabacaria e que foi ao local como cliente, para se divertir, no dia 11 de setembro. Na saída, viu um homem apontando uma arma de fogo para Francisco.

Segundo a versão, vendo a situação, se identificou como policial e desarmou a pessoa, momento em que a arma caiu no chão. Em seguida, o policial afirma que Francisco pegou a arma do chão e começou a atirar contra ele, que revidou. O PM revelou que estava com a arma da corporação, que foi entregue no dia seguinte aos fatos para a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

A Polícia Civil pediu ao Comando Geral da PM informações sobre a instauração do procedimento interno e também a arma de fogo, que será periciada.

A versão apresentada pelo PM será confrontada com as imagens de câmeras de segurança obtidas sobre o dia dos fatos. O delegado afirmou que está terminando de ouvir testemunhas e trabalha para encontrar a pessoa que efetuou disparos contra a camionete ocupada por Francisco.

Outra versão - Os amigos contaram que a vítima comemorava o aniversário, quando na saída se envolveu em briga com pessoa desconhecida e os dois passaram a trocar tiros. Segundo os familiares de Francisco, os seguranças do local o agrediram e ele reagiu, momento em que a arma de um segurança caiu.

Francisco pegou a arma e tentou disparar, mas não conseguiu. Desesperado com a situação, ele correu e foi em direção a sua caminhonete Toyota Hilux, estacionada na rua, próximo ao local, que também foi atingida. Mesmo ferido, conseguiu dirigir e parar na Rua Brilhante, onde foi socorrido.

A Polícia Militar encontrou revólver calibre 38 dentro da caminhonete de Francisco, o que motivou ter sido preso por porte ilegal de arma de fogo. A caminhonete que a vítima conduzia foi alvejada por 7 disparos (no lado do motorista, passageiro, capô e para-brisa). O carro foi periciado e dentro foram apreendidos quatro telefones celulares, uma garrafa de whisky vazia e duas de energético.

Família - Diante da prisão, a família recorreu à Justiça para conseguir acompanhá-lo, já que continua sedado na Santa Casa. A Justiça concedeu a liberdade provisória, mas ele terá de cumprir medida cautelar diversa devendo comparecer espontaneamente após alta médica na Unidade Mista de Monitoramento Virtual do Estado para colocar monitoração eletrônica por 90 dias. Ele também deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno e comparecer mensalmente em juízo.

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